Criticado por ambientalistas e investigado pelo Ministério Público estadual, por estar situado na Área de Proteção Ambiental (APA) Marapendi (zona oeste do Rio de Janeiro), o campo de golfe construído para sediar o torneio desse esporte durante a Olimpíada de agosto recebeu nesta terça-feira (8) seu primeiro evento-teste. Não houve competição, apenas um torneio de exibição do qual participaram nove atletas brasileiros – quatro mulheres e cinco homens.
O ministro do Esporte, George Hilton, o presidente do Comitê Organizador do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, e o presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Paulo Pacheco, acompanharam o início do evento e rebateram as críticas quanto ao local escolhido para construir o campo.
“Temos relatórios que mostram o benefício para a região. Temos todo o cuidado com a flora e a fauna. As obras revitalizaram a região e são importantes para o turismo de negócios”, afirmou o ministro.
Para Nuzman, o campo é “unanimidade”. “Vai deixar um legado extraordinário para o esporte brasileiro”, afirmou.
Para a construção do campo, que tem área de 970 mil m2, a Prefeitura do Rio precisou retirar 58,5 mil m² de um parque natural da região. Em protesto, ativistas dos movimentos “Golfe para quem?” e “Ocupa golfe” permaneceram por mais de três meses acampados em frente ao empreendimento.
Na inauguração do campo, em novembro, o prefeito Eduardo Paes (PMDB) negou que a área fosse de reserva ambiental. Segundo ele, era “um areal degradado” que foi recuperado e ganhou vegetação de restinga.
Em 2014, o Ministério Público do Rio (MP-RJ) impetrou uma ação civil pública para questionar a licença ambiental do campo. Em dezembro passado, a pedido da Justiça, um perito visitou o local para avaliar o trabalho de sustentabilidade e, segundo o Comitê Rio-2016, emitiu em fevereiro um laudo aprovando a preservação da área. Segundo a assessoria de imprensa, o MP-RJ ainda vai emitir um parecer sobre o laudo.
TESTE – Embora tenha sido concluído no ano passado, o espaço só foi testado agora. Entre os atletas que participaram do evento, duas mulheres têm chances de disputar a Olimpíada: Miriam Nagl e Victoria Lovelady.
Cada país poderá inscrever até duas atletas, que precisam figurar entre as 60 primeiras do ranking olímpico, a ser encerrado em 11 de julho. Atualmente Miriam está nesse grupo, e Victoria está próxima.