Terminou ontem um Campeonato Paranaense de altos e baixos. Entre trapalhadas de dirigentes, ?fuga? de treinador e fracassos de alguns times, ficam as boas revelações: a recuperação do futebol do interior e a reafirmação do Paraná, que conquistou o título que não obtinha desde 1997. Bom sinal para a competição é que a média de gols foi boa e que o público voltou, mesmo que de forma tímida.
Se a média de torcedores por partida foi maior que em anos anteriores, é pela força de cidades tradicionais no interior, principalmente Maringá e Paranaguá (Londrina e Campo Mourão em um segundo plano). Galo e Rio Branco atraíram grandes públicos aos seus jogos, não só quando enfrentaram os times da capital.
Com uma fórmula que dá chances a todos (na primeira fase cada time teve 14 rodadas para lutar pela classificação às quartas-de-final), os times resolveram jogar mais ofensivamente. E os gols saíram em profusão, com goleadas (como o 6 a 1 do Atlético sobre o Cianorte) e jogos equilibrados (o 5 a 3 da Adap sobre o Paranavaí).
Os times do interior mostraram uma força que parecia arrasada. Adap, Iraty, Rio Branco e Londrina se destacaram e chegaram entre os oito primeiros. Adap e Rio Branco fizeram mais, ficaram entre os semifinalistas e se garantiram na Série C, que começa depois da Copa.
E o time de Campo Mourão chegou à final, revelando vários jogadores e consagrando o técnico Gilberto Pereira.
As novidades em campo foram muitas, começando com o artilheiro Leandro, do Iraty – que interessa a vários clubes. Outro que está na mira de muita gente é o goleiro Fábio, da Adap, que também revelou Ângelo, Leandro, Batista, Felipe Alves e Ivan. No Rio Branco, Amaral e Rodrigo se destacaram na zaga.
O Londrina trouxe os laterais Cassiano e Bruno Barros, além do meia Guilherme.
O atacante Cristiano e o goleiro Cristiano Corrêa foram os heróis do J. Malucelli.
Bons momentos não faltaram. As sofridas classificações da Adap contra Atlético e Coritiba, a irresistível arrancada do Paraná rumo ao título – com as belas jogadas de Maicosuel, Beto e Leonardo e as defesas de Flávio.
A Estradinha lotada na vitória do Rio Branco sobre o Londrina.
Também aconteceram lances lamentáveis, a começar pela lambança de Ito Dari Rannov e Paulo César Beskow no jogo Nacional 1 x1 Rio Branco – o futebol paranaense, pelo segundo ano consecutivo, virou chacota com um ?gol que não foi?.
A briga entre torcedores do Paraná e Rio Branco quase acabou em tragédia, com a ?colaboração? da Polícia Militar. Em Bandeirantes, todo jogo acabava em confusão, até se chegar à invasão de campo para tentar agredir o árbitro Maurício Batista dos Santos.
E houve micos, daqueles incríveis. O Coritiba sofreu tanto que a torcida não agüentou e ?queimou? Ludemar e Guaru. A eliminação do Cianorte causou revolta de torcedores, que chamaram jogadores de ?cachaceiros?.
E o maior dos micos foi a contratação frustrada de Lothar Matthäus, que veio, viu, fez confusões a rodo e foi embora.