São Paulo –

Embora muita gente queira encontrar argumentos para derrubar a fórmula de pontos corridos, o Campeonato Brasileiro de 2003 apresenta números satisfatórios. É verdade que os estádios não estão lotados como no início dos anos 80, quando a média de torcedores num jogo atingia cerca de 20 mil, mas mantém o nível da última década. Em 2002, por exemplo a competição teve 12.886 espectadores por partida e, agora, chega perto dos 10 mil. A tendência, no entanto, é, na opinião de boa parte dos treinadores e até mesmo dirigentes, que com as rodadas finais, a média ultrapasse os 11 mil.

É importante levar em conta, também, que dois clubes de massa não estão disputando o torneio na atual temporada: Palmeiras e Botafogo-RJ.

O atacante Edílson vem afirmando que preferia o sistema de mata-mata, pois, nesse caso, o seu Flamengo ainda teria chances de ser campeão. Bastaria classificar-se entre os oito melhores para, depois, iniciar a fase eliminatória. Tem, hoje, 55 pontos e ocupa a 10.ª colocação. As possibilidades de conquistar o título não existem e de ficar pelo menos em 5.º para garantir uma vaga na Libertadores são remotas. Por isso, o atleta acha que o público não está prestigiando a equipe. No domingo, contra o Grêmio, o Maracanã recebeu só 5 mil flamenguistas.

Por outro lado, o Cruzeiro vem mantendo boa média de público. Contra o Figueirense, por exemplo, levou quase 23 mil pagantes ao Mineirão, em plena noite de sábado. Afinal, os mineiros lutam para manter a vantagem sobre o Santos. Se o sistema de disputa fosse como o de 2002, a partida provavelmente não atrairia tanta atenção. Isso porque o time já estaria classificado para a fase final e o confronto não teria grande importância.

Audiência

A Agência Estado pediu à TV Globo que fizesse uma comparação dos números de audiência do Brasileiro de 2002 com o de 2003. A assessoria de imprensa disse que não poderia fazer tal relação por se tratar de competições diferentes. Os números, contudo, continuam elevados. Na semana passada, Corinthians e Fluminense conseguiram dar à emissora mais de 30 pontos de média apesar do péssimo nível do jogo. É claro que a má fase de Corinthians e Flamengo, os dois mais populares do País, afeta a audiência, assim como a ausência do Palmeiras. Em compensação, o número de venda de pacotes de pay-per-view cresceu. Até a metade do mês, já haviam sido vendidos 233 mil, contra 230 mil do ano passado.

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