Campeões de 2001 analisam fase do Atlético

Há quase dez anos, no dia 23 de dezembro de 2001, o Atlético comemorava o título de campeão brasileiro – maior conquista da história do clube. Uma década depois, a data pode não ser celebrada com a festa que os rubro-negros gostariam. A ameaça de rebaixamento deixa indignados até os protagonistas daquela façanha. “A gente vê com tristeza, pela estrutura que o Atlético tem e pelo que já conquistou, até mesmo antes do título, chegando à Libertadores, ganhando respeito. Não se espeerava que chegasse até onde chegou. E não é de hoje que vem brigando na parte de baixo da tabela. Eu, que me tornei um torcedor, fico triste, mas tenho confiança que dá para sair”, afirmou o ex-volante Cocito.

Capitão do time naquele ano, o ex-zagueiro Nem acredita que o Furacão não soube utilizar a força de um título nacional para se firmar de vez na elite, mesmo sendo vice-campeão do Brasileiro, em 2004, e da Libertadores, em 2005. Para ele, o clube cometeu alguns equívocos, que já vêm se arrastando há anos, como a troca constante de técnicos. Só nesta temporada, seis treinadores passaram pelo banco rubro-negro. “É complicado. Ficamos triste por esta situação, mas o Atlético vem passando por isto não é de agora, já tem alguns anos. Algumas pessoas precisam rever algumas coisas. É difícil falar. Não querendo comparar, mas o São Paulo foi campeão vários anos seguidos e agora está passando por uma certa dificuldade, uma troca constante de treinadores, da mesma forma que o Atlético. É preciso manter um técnico para dar sequência ao trabalho”, afirma.

Herói do título, ao marcar oito gols nas últimas quatro partidas, o atacante Alex Mineiro passou por situação muito parecida no próprio Furacão em 2009, quando a equipe escapou da degola apenas na penúltima rodada. “Faz tempo que está nesta situação aí. O Atlético está sempre tentando sair da zona do rebaixamento e este ano desde o início está nesta fase ruim. Estamos torcendo bastante para reverter”, afirmou.

Mas o que levou o Atlético a cometer tantos erros? Para os experientes jogadores, a resposta está na ponta da língua: a falta de planejamento, não sabendo trazer os jogadores certos. “Quando acontece isto, ou é por falta de planejamento ou por falta de cobrança, tanto da diretoria sobre o elenco quanto entre os jogadores. Pela estrutura e conforto que tem, com salários em dia, tem jogador que se acomoda e não busca algo mais. Isto é normal, é do ser humano. Por isto tem que cobrar estes que estão acomodados”, apontou Cocito.

Opinião semelhante à do ex-zagueiro e agora treinador Rogério Corrêa. Segundo ele, muitos jogadores. vêm para Curitiba sem se preocupar com o clube ou até mesmo em jogar, mas apenas para conhecer a cidade, principalmente durante a noite. “O problema depois dos títulos e do vice da Libertadores é que não foram contratados jogadores à altura. É preciso contratar jogadores que entrem no perfil do Atlético. Alguns vão para Curitiba para conhecer a cidade, as mulheres, só querem farra e não se preocupam com o futebol, porque estão emprestados e no final do ano voltam para seus clubes. É preciso trazer jogadores que queiram crescer com o clube”, afirmou.

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