São Paulo – A oposto Joycinha, de 22 anos, cumpriu sua última tarefa como caloura da seleção feminina de vôlei: foi a guardiã do sexto troféu do Grand Prix conquistado pelas brasileiras, domingo, em Reggio Calabria, na Itália, após uma campanha invicta e vitória sobre a Rússia por 3 sets a 1 (25/20, 25/20, 23/25 e 25/17).
Para quem ficou 40 dias separando as roupas sujas e limpas de toda a delegação – o famoso trote, já que pela primeira vez a paulista fez parte da seleção adulta -, a tarefa não foi das piores. ?Essa foi a melhor parte?, contou a sorridente Joycinha.
Bem-humorada na manhã de ontem, mesmo depois de cansativa viagem da Itália até o Aeroporto Internacional de Guarulhos, Joycinha conta o truque para a última tarefa. ?A taça era muito pesada. Então resolvi despachar. Arrumei uma caixa, coloquei dentro e embalei?, revelou.
Todo o trabalho, porém, foi em vão, quando Joycinha encontrou a mãe, Maria Lúcia, no saguão de Cumbica. A jogadora precisou desfazer o pacote para mostrar o símbolo de sua primeira conquista.
Tão empolgada quanto a estreante Joycinha, a levantadora Fofão, de 36 anos, comemora seu quinto título do Grand Prix – ganhou também em 1994, 1996, 1998 e 2004 -, celebrando a mescla entre jovens e experientes atletas. ?Elas sempre estão muito motivadas e a convivência faz até com que eu me sinta um pouquinho mais jovem?, brincou.
Além disso, Fofão elogiou a qualidade da equipe. ?Pela primeira vez estou em uma seleção em que a ponteira não recebe 30 bolas por jogo. É distribuído, o grupo todo participa. Isso é ótimo para nós, já que o adversário não tem uma referência, alguém em quem forçar a bola.?
Com a aposentadoria de Fernanda Venturini, a jogadora retornou à seleção e tornou-se titular da equipe de José Roberto Guimarães. Agora, espera pela chance de conquistar a inédita medalha de ouro no mundial, que será disputado no Japão, em outubro. ?Tudo tem a hora certa. Esperei todo esse tempo para estar aqui e agora tenho que aproveitar o momento. Vou descansar mas já com a cabeça no mundial?, diz Fofão, que com duas medalhas olímpicas no currículo – bronze em Atlanta/1996 e Sydney/2000 -, pensa nos Jogos de Pequim. ?Se der, quero ir até 2008.?
Das 14 atletas selecionadas por Zé Roberto, apenas Sheilla – eleita a melhor jogadora do Grand Prix -, Mari e Jaqueline não voltaram ao Brasil. O técnico, assim como o assistente Cláudio Pinheiro e o preparador-físico Ângelo Vercesi, permaneceram na Itália, onde se apresentaram aos seus clubes.