Depois de conquistar o inédito título mundial de Mountain Bike Maratona, Henrique Avancini desembarcou no Brasil nesta quarta-feira empolgado com a boa fase. Ele foi campeão em Auronzo di Cadore, na Itália, poucos dias depois de ter conquistado o quarto lugar no Mundial de MTB XCO, modalidade olímpica.
“Eu ainda não consegui digerir o que conquistei. Era uma coisa que eu mirava, almejava. Mas quando se realiza, não deixa de ser chocante. Acreditava todos os dias quando subia na bicicleta que um dia poderia ser o melhor ciclista do mundo”, explicou Avancini.
O atleta da Cannondale Factory Racing contou que esta conquista tem um valor pessoal grande. “Quando tinha 20 anos, larguei a vida no Brasil para tentar carreira internacional na Itália. E essa foi uma fase muito difícil para mim. Teve gente que me disse que eu deveria abandonar a carreira.”
Avancini relatou que este episódio foi fundamental para moldar seu estilo como atleta. “A partir disso, eu comecei a largar nas provas com uma única certeza: a de que eu tinha me preparado muito mais do que qualquer atleta. Eu ainda não me vejo e acho que nunca vou me ver como um cara talentoso no que eu faço, mas ainda sim, eu sou campeão mundial hoje.”
Um dos representantes brasileiros no ciclismo na Olimpíada do Rio, em 2016, ele explicou que uma lesão sofrida naquele ano foi fundamental para que corrigisse algumas falhas em sua preparação. Agora, a meta é buscar melhores resultados nos Jogos de 2020, em Tóquio.
“Esse ano, busquei andar constantemente na frente e aprender mais sobre meus adversários. Agora, preciso começar a aplicar o que aprendi e aumentar a minha eficiência competitiva ano que vem, para chegar pronto em 2020. Então, não tenho grandes alterações programadas. Mas começo 2019 com um conhecimento que eu nunca tive, e isso, na teoria, é uma vantagem muito grande”, afirmou.