?Vila, tá na hora!? Esse é o slogan da campanha de revitalização do estádio Durival Britto que o Paraná Clube lança na próxima semana. Este é apenas o primeiro estágio de um grande projeto que visa transformar a Vila Capanema num complexo esportivo e social, capaz de sediar jogos da Copa do Mundo de 2014. O primeiro passo é adaptar o estádio ao Estatuto do Torcedor, ampliando sua capacidade para 15 mil lugares já para a disputa do Paranaense 2006.
?Se não houver imprevistos, dentro de um mês as obras terão início?, confirmou o conselheiro Márcio Vilela, coordenador do projeto. ?Estamos finalizando as ações de marketing e ajustando o calendário para o lançamento da campanha?, disse. Quinze camarotes já estariam vendidos, segundo Vilela, o que garante a sustentação financeira para o início das obras. No total, serão construídos 56 camarotes, banheiros, ampliação das arquibancadas e melhorias estruturais no estádio.
?Isso é uma necessidade, pois o Estatuto do Torcedor exige?, justificou Vilela. Além da venda dos camarotes – com preços que variam de R$ 26 mil a R$ 39 mil -, a campanha visa atingir também o torcedor com menor poder aquisitivo, que contribuirá com a compra de cadeiras e pacotes de ingressos. ?Já fizemos uma apresentação prévia às torcidas organizadas e a aceitação foi total. A volta à Vila será viabilizada pela mobilização dos paranistas?, comentou.
O passo decisivo para a construção de um grande complexo – com supermercado, hotel e estacionamento subterrâneo – ainda depende do fim da disputa judicial que já dura mais de três décadas. Pelas previsões dos dirigentes tricolores, o imbróglio deve chegar ao fim no máximo em dois anos, quando então o Paraná poderia dar andamento ao ?segundo estágio?, com a implementação de um ousado projeto. O ?novo? Durival Britto teria capacidade para 36 mil torcedores, totalmente adaptado às exigências da Fifa (e, inclusive, com cobertura retrátil).
?É algo para o futuro, a realidade, agora, é nossa volta à Vila Capanema?, frisou Vilela. Os compradores dos camarotes que estão sendo disponibilizados, terão usufruto de doze anos. ?Com isso, quem colaborar agora, garante também seu lugar no novíssimo estádio, que será construído através de parcerias.? O custo estimado da obra é de R$ 35 milhões. Já o primeiro passo, com a campanha ?Vila, tá na hora?, custará apenas R$ 1,5 milhão.
Para atingir a meta, essa ligação afetiva torcedor-estádio será fundamental. Historicamente, o Paraná nunca conseguiu sensibilizar seu torcedor com a venda de carnês. Agora, quem comprar o pacote de ingressos do Paranaense 2006 concorrerá a uma viagem com o time no Campeonato Brasileiro do ano que vem. O mesmo prêmio estará ao alcance de quem fizer uma contribuição espontânea (no valor de R$ 250,00) para a modernização da Vila, que além disso receberá camiseta alusiva ao ?Vila, tá na hora!? e terá seu nome registrado em placa no ?novo? estádio. ?Acredito na força dessa torcida?, finalizou Vilela.
Barbieri mantém o 3-5-2 em Fortaleza
De volta ao lar, o Paraná Clube deu um bico na crise e pôs fim ao jejum de vitórias e à escassez de gols que colocavam em xeque a campanha do clube no Brasileirão. A meta, agora, é buscar fora de casa a reafirmação entre os primeiros colocados para manter vivo o sonho de classificação à Libertadores. Missão difícil, mas não impossível, na visão do técnico Luiz Carlos Barbieri e seus comandados. A goleada (4×1) sobre o Brasiliense evidenciou a união entre jogadores e comissão técnica.
?Nunca duvidei disso. Só que estava faltando uma vitória para que a gente colocasse as coisas nos eixos?, comentou Barbieri ontem pela manhã. O resultado positivo tirou um enorme peso de seus ombros, pois o próprio técnico tinha consciência de que não resistiria a novo fracasso. ?Nunca temi por isso. Sempre procurei trabalhar com tranqüilidade, levando serenidade ao grupo, que precisava recuperar a confiança?, comentou. Isso é verídico. Barbieri não fez alterações drásticas no time, mesmo após quatro derrotas consecutivas, três delas sob o seu comando.
Somente com a chegada de reforços é que Barbieri partiu para alguns ajustes no meio-de-campo e na ala-esquerda. Mesmo assim, sem alterar a estratégia de jogo. Frente ao Brasiliense, partiu para o 4-4-2 no segundo tempo e foi recompensado. Porém, a variação não será mantida para o jogo de amanhã, em Fortaleza. ?O 3-5-2 está muito enraizado neste grupo. A transição deve ocorrer a longo prazo, com tempo para treinamentos?, disse Barbieri. Usou como exemplo o próprio jogo frente ao Brasiliense.
?Fomos mais criativos e ofensivos. Mas, também oferecemos espaços pela falta de sincronia dos alas, que estão habituados a jogar pra frente?, comentou. Assim, o time para enfrentar o Fortaleza viajou escalado, apenas com a volta de Neto à ala-direita. ?Será um jogo difícil, mas estou confiante. O time tem potencial para vencer, mesmo fora de casa.?
Luiz Carlos Barbieri, mesmo utilizando a mesma formação tática de seu antecessor, vem trabalhando no intuito de melhorar a postura ofensiva do time. Para isso, exige uma redução na distância entre ataque e defesa. ?Compactando a equipe, o toque de bola melhora e as jogadas fluem com naturalidade?, justificou. A maior preocupação do técnico é fazer com que o time não incorra nos erros dos jogos contra Juventude, Palmeiras e Ponte Preta, quando sofreu gols no início e não teve poder de reação.