São Paulo – Tevez deixou o Corinthians em agosto deste ano, e de lá para cá, de ídolo, se tornou uma espécie de fantasma para os corintianos, que acompanham – e secam – com atenção o desempenho do West Ham no Campeonato Inglês, e pensam o que teria acontecido com o time se o argentino não tivesse fugido, depois dos desentendimentos com o técnico Emerson Leão.
Mas no caso dos corintianos que vão à loja de fábrica da Drastosa, na Lapa (zona oeste de São Paulo), que produz e vende o material esportivo com a marca da Nike, o fantasma se materializa em forma de camisetas do Corinthians. São dezenas, à venda em preço prom ocional, R$ 50, todas com o número 10 e o nome ?Carlitos? às costas. São do modelo anterior ao utilizado hoje em dia pela equipe e lotam uma arara que é solenemente ignorada pelos corintianos na loja. De todos os tamanhos, estão encalhadas.
A reportagem presenciou, no último sábado, por cerca de meia hora, dezenas de clientes que percorriam a arara, camisa a camisa, em busca de uma ?imaculada?, sem o nome do ?traidor? e, no máximo, encontravam uma ou outra camisa 3, do também argentino Mascherano, que também foi embora. A reação dos potenciais clientes era a mesma: depois de olhar tudo, o cliente soltava um suspiro e comentava com alguém ao lado que ?essa aí eu não quero nem de graça?. Reação semelhante à de centenas de corintianos que compraram a camisa do ex-ídolo e, irritados com a deserção, cobriram seu nome com fita, crepe ou isolante.
A Nike não divulga números de vendas, mas estimativas dos lojistas apontam que, enquanto defendeu o Corinthians, Tevez foi o maior vendedor de camisas – cerca de metade dos corintianos levavam a camisa com seu nome ou, no mínimo, o número 10 anônimo. A Nike só faz o licenciamento, e ganha o seu percentual a cada camisa que sai da fábrica para a loja. Assim, se as camisas são devolvidas quem arca com o prejuízo são os lojistas e a Drastosa, a fabricante.
Como o torcedor não tem nada a ver com isso, fica a dica para um presente de Natal àquele amigo – ou inimigo – corintiano. Afinal, as camisas oficiais da equipe hoje não são encontradas por menos de R$ 150, modelo atual, apenas com o número nas costas. Para estampar o nome, gasta-se cerca de R$ 15. Se o presenteado se chatear com o nome de Carlitos Tevez, basta aplicar um pedaço de fita. E continuar de olho na tabela do Inglês, em busca do próximo jogo do West Ham.