Brasília – A Comissão de Turismo e Desporto da Câmara dos Deputados aprovou, na tarde de ontem, uma série de requerimentos que convidam dirigentes de entidades esportivas e os envolvidos nos casos de corrupção no futebol para prestarem esclarecimentos sobre o escândalo da arbitragem.
?A tarefa da comissão é acompanhar tudo o que diz respeito à legislação esportiva. Esse é um caso no qual os deputados devem se envolver, devido a sua amplitude?, explicou o deputado federal Silvio Torres (PSDB-SP), proponente dos requerimentos.
Serão convidados a comparecer na Câmara os árbitros Edílson Pereira de Carvalho e Paulo José Danelon, além do empresário Nagib Fayab – todos réus confessos no esquema de manipulação de resultados dos jogos. Também serão chamados os presidentes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, da Federação Paulista de Futebol (FPF), Marco Polo del Nero, e do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Zveiter, entre outros.
Depoimento
O ex-presidente da Comissão Nacional de Arbitragem (CNA), Armando Marques, será ouvido hoje à tarde pelo auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Luiz Geraldo Lanfredi, sobre seu envolvimento nas partidas fraudadas por Edílson Pereira de Carvalho. Dependendo de suas explicações, o ex-dirigente poderá ser acusado de co-participação no escândalo que abalou o futebol brasileiro.
Marques terá por responsabilidade explicar o porquê de não ter punido Carvalho quando soube que o árbitro forjou um diploma para poder integrar o quadro de árbitros da CBF. Os auditores do STJD pediram que o ex-presidente da CNA apresente uma justificativa para o fato de, descoberta a fraude escolar, ter permitido que o árbitro regularizasse sua situação e ainda o ter promovido, alçando-o ao quadro da Fifa.
Zveiter na mira do CNJ
Brasília – O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), órgão encarregado do controle externo do Poder Judiciário, vai analisar se o desembargador Luiz Zveiter, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, também poderia estar exercendo o cargo de presidente do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). O conselho recebeu duas reclamações contestando o fato.
Uma delas é movida por dois integrantes do CNJ: Paulo Schmidt e Alexandre de Moraes. Na outra reclamação, o desembargador gaúcho José Aquino Flôres de Camargo afirma que a Lei Orgânica da Magistratura veda expressamente ao magistrado exercer cargo de direção ou técnico de sociedade civil. Segundo ele, a presidência do STJD se encaixa nesse perfil.
Clubes recorrem no STJD
São Paulo – No final da tarde de ontem, Santos, Ponte Preta, Inter, Cruzeiro e Figueirense impetraram recurso no STJD na tentativa de cancelar a decisão do presidente do órgão, Luiz Zveiter, que anulou as 11 partidas do Brasileirão apitadas por Edílson Pereira de Carvalho.
Zveiter já deixou claro que sua decisão de anular as partidas não será revista.