Inaugurada em 2000 por ocasião da festa dos 50 anos do Maracanã, a calçada da fama com os moldes em gesso dos pés de 100 dos maiores jogadores de futebol que pisaram seu gramado está confinada a salas

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fechadas do Maracanãzinho, ginásio anexo. A reforma do estádio para a Copa, que consumiu mais de R$ 1 bilhão, deixou de fora o espaço em que as “pegadas” eram exibidas ao público, e não há previsão para sua reabertura.

Até maio, quando o Maracanã passou a ser de uso exclusivo da Fifa, vinham sendo expostos no hall as formas dos pés de Pelé (um dos primeiros a deixar sua marca na calçada), de Garrincha (tirada em 1969

e guardada desde então) e Roberto Dinamite (mais recente), além de outros objetos do acervo histórico do estádio, como o busto de Garrincha e a rede e a bola do milésimo gol de Pelé (registrado lá em

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1969).

Com a suspensão temporária, durante o Mundial, do Tour Maracanã, visita guiada oferecida pela concessionária que administra o estádio, essa exposição também foi cancelada. Só será retomada no fim do mês. As demais 97 “pegadas” continuarão guardadas, sob a responsabilidade da Superintendência de Desportos do Estado do Rio (Suderj), e área onde elas ficavam permanecerá fechada à circulação de visitantes.

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Segundo a Secretaria Estadual de Esporte e Lazer e a Concessionária Maracanã, as peças só voltarão a ser expostas quando for construído o Museu do Maracanã, que ocupará o terreno do antigo Ministério da

Agricultura, na Rua Mata Machado, perto do estádio. O museu terá cerca de nove mil metros quadrados, de acordo com o projeto do governo, que já “foi aprovado pela Casa Civil e se encontra sob análise dos órgãos de licenciamento.”

Outras intervenções ainda previstas são as reformas do Estádio de Atletismo Célio de Barros, do Parque Aquático Júlio Delamare e do Maracanãzinho, todas com vistas aos Jogos Olímpicos de 2016, e a

construção de estacionamentos e de áreas de lazer. A remodelação fechou o Maracanã por quase três anos e compreendeu a remoção da antiga cobertura e a instalação de nova estrutura, a substituição de cadeiras, a instalação de novos camarotes e mudanças na inclinação das arquibancadas.

SELEÇÃO – A lista dos homenageados na calçada foi elaborada por uma comissão de jornalistas esportivos e é composta por jogadores que contribuíram para a mística do estádio e fizeram sua fama no mundo todo. A seleção inclui ídolos que pisaram o gramado do Maracanã dos anos 50 para cá, como Didi, Amarildo, Coutinho, Jairzinho, Carlos Alberto Torres, Tostão, Zagallo, Zico, Romário, Ronaldo Fenômeno e Ronaldinho Gaúcho.

Seis estrangeiros foram incluídos, como o alemão Beckenbauer e o uruguaio Ghiggia, algoz da seleção de 1950 – esses, os pés de número 100. No caso dos goleiros, os moldes são das mãos. O futebol feminino está representado pela jogadora Marta. Junto às marcas, havia placas com os nomes de cada um.

O ex-jogador Cláudio Adão, que conquistou campeonatos estaduais nos anos 70 e 80 e também deixou sua “pegada”, espera que a exposição volte. “Fiquei emocionado de participar, me marcou muito. Tenho uma

história no Maracanã, fui campeão lá, e gosto de pensar que os netos um dia vão lá olhar e saber que o avô deixou os pés lá. O Brasil é um país sem memória também no futebol.”