Pela primeira vez a Caixa Econômica Federal admite que pode intermediar o empréstimo do BNDES para o Corinthians construir o Itaquerão. Em nota oficial, o banco informou ao Ministério Público Federal que estuda viabilizar a linha de crédito de R$ 400 milhões. A operação está em fase de análise preliminar.

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“Os estudos relativos à eventual operação da Arena de São Paulo encontram-se em fase de avaliação interna inicial, ainda não conclusiva, sob os aspectos técnicos (jurídico, engenharia, etc), bem como em relação aos seus aspectos econômico-financeiros, não havendo, neste momento, definição quanto à proposta de empréstimo que permita um maior detalhamento da operação pretendida, sendo certo que não há previsão de celebração de contrato nem liberação de valores”, diz um trecho do documento.

O BNDES já havia autorizado, há cerca de um ano, o empréstimo de R$ 400 milhões para viabilizar a construção do Itaquerão. A linha de crédito, no entanto, precisa ser disponibilizada por um banco repassador, pois um clube de futebol não pode receber o dinheiro diretamente. Seria o Banco do Brasil, mas as exigências bancárias pedidas não foram atendidas pelo fundo imobiliário formado por Odebrecht e Corinthians. Daí o clube iniciou conversas com a Caixa Econômica Federal e outros bancos privados. A Caixa, tendo como base suas regras internas, teria o nível menor de exigências para liberar o empréstimo.

Outro fator que ajuda o Corinthians é a boa relação que a diretoria do clube tem com a Caixa. Recentemente, as duas partes acertaram um patrocínio na camisa por R$ 30 milhões pelo período de um ano. No mercado, entende-se que a Caixa possui uma política de financiamento mais flexível e não é porque outro banco público (BB) não tenha aceitado as garantias que a Caixa teria de recusar também. “Cada banco tem a sua política. Se um acha que a garantia é menor que a necessário, pode cobrar um spread maior, vendo a análise do risco e colocando o tamanho do juro”, diz um especialista ligado ao próprio BNDES. Como o banco é o garantidor da operação, ele arca com os riscos de o fundo não pagar. Segundo o BNDES, a “operação está aprovada e tem de ser firmado o contrato com a SPE (Sociedade de Propósito Específico)”.

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Para o BNDES não muda nada se for a Caixa ou qualquer outro banco o repassador do dinheiro. Após o acerto – que a Caixa avisa que não foi feito -, o BNDES fará o cronograma de desembolso do dinheiro, que provavelmente será bem mais rápido que o normal, pois a comprovação de uso é mais tranquila porque o estádio do Corinthians já tem 70% de avanço. A demora em ter acesso aos R$ 400 milhões fez com que o ex-presidente do Corinthians e responsável pelo estádio, Andrés Sanchez, ameaçasse paralisar a obra. Caso a Caixa libere o empréstimo, o Corinthians e Odebrecht terão uma carência de três anos para começar a pagar o financiamento, que deverá ser quitado em dez anos.