O técnico Caio Júnior já utilizou 30 jogadores neste Brasileiro. Destes, seis já deixaram o clube. Com atletas ainda por estrear – como os volantes Pierre e Mancera e o meia-atacante Joelson – e outros em fase de recuperação de lesões, as opções do treinador aumentarão significativamente no segundo turno da competição. Esse equilíbrio do elenco pode garantir a sustentação da equipe na busca de seu objetivo de chegar à Libertadores pela primeira vez.
A sincronia entre técnico e jogadores fica evidente a cada rodada, a cada treino. Caio Júnior vem primando por preparar, ao longo dos treinamentos, variações que quase sempre acabam sendo aplicadas no decorrer dos jogos. ?A vitória, muitas vezes, vem do banco de reservas?, destaca o treinador. Os números dão a medida de quanto o Paraná cresce de rendimento na fase final dos jogos. Cinco das sete vitórias do Tricolor foram construídas no segundo tempo. Além disso, o melhor ataque do Brasileiro marcou 70,37% de seus gols nos 45 minutos finais de cada partida.
A cada semana, a comissão técnica mantém uma estratégia armada para mudar, se necessário, os rumos do jogo. Sempre com base nas informações e observações sobre o adversário. ?Temos no grupo jogadores com esse perfil. Obedientes taticamente e com características que se completam?, analisou Caio Júnior. Por isso, mesmo sem ser titular, o atacante Cristiano já é uma espécie de ?talismã? do Tricolor. ?É um jogador diferenciado. Ele vem sendo um dos destaques do time?, completou.
Com quatro gols em doze participações, Cristiano divide a vice-artilharia do Paraná com Leonardo e Émerson. Depois de ficar fora do jogo frente ao Palmeiras, suspenso, o atacante já está ?escalado? como uma das opções de banco para encarar o Vasco. ?Estou aqui para ajudar.
Só onze começam o jogo, mas é preciso elenco?, disse Cristiano.
Para o atacante – que já atuou na sua real posição (pelos lados do campo) ou como jogador de referência na área adversária – o segredo do bom momento do Paraná está justamente no equilíbrio do grupo, capaz de manter o mesmo nível de atuação independente de mudanças. No segundo tempo do coletivo de ontem, por exemplo, Cristiano entrou no lugar de Batista, tornando o time altamente ofensivo, com um quarteto de frente formado por Maicosuel, Sandro, Cristiano e Leonardo.
?Ficamos mais vulneráveis. Mas, em compensação…?, disse Caio Júnior, animado com as tabelas e variações de jogada do quarteto. O técnico testou ainda a improvisação do zagueiro Edmilson na cabeça-de-área. Uma saída estratégica que pode ser aplicada futuramente. ?Temos vários volantes lesionados -Beto, Pierre e Goiano – e é bom ter sempre alguma saída previamente treinada?, comentou o treinador. ?O que não posso fazer é experiência nos jogos?, finalizou.
Edinho não vê a hora de balançar as redes
O Paraná Clube se mantém na liderança da artilharia do Brasileirão, mesmo sem ter o principal goleador da competição.
O jogador que mais vezes balançou as redes adversárias foi o ala-direito Angelo, com 5 gols.
No total, dez jogadores já deixaram a sua marca e entre os titulares, só Flávio, Edinho e Sandro não marcaram. E não por falta de tentativas, em especial do ala-esquerdo, um dos jogadores mais regulares do time.
Edinho não esconde a frustração pelo jejum. ?Estou tentando, mas a sorte não está ajudando?, disse o jogador, que contra o Palmeiras teve uma chance clara para abrir o placar ainda no primeiro tempo. Na fase final, o ala ainda perdeu mais duas oportunidades. ?O bom é que os outros estão marcando. É claro que quero sentir aquele gostinho de marcar um gol e correr para a galera?, afirmou.
Se for contra o ex-clube, melhor. Edinho atuou no Vasco entre 2001 e 2003 e ainda briga na Justiça para receber o último ano de contrato. ?Já foram duas audiências. É uma coisa chata, mas foi a única saída para fazer valer meus direitos?, disse. Edinho foi campeão carioca de 2003 pelo Vasco, sob o comando de Antônio Lopes. ?Foi o último título do Vasco?, frisou. O jogador espera um jogo truncado neste domingo.
?Eles vêm fechadinhos, marcando muito?, disse Edinho. ?O Renato está fazendo um grande trabalho por lá e é um técnico que exige pegada. Temos que jogar com máxima atenção?, comentou. ?Nossa meta é voltar para a zona da Libertadores e esta é uma decisão, frente a um adversário direto?, encerrou o ala paranista.
