Caio quer time fazendo lição de casa

O técnico Caio Júnior evita, sempre que possível, falar em projeções. Estabeleceu para os jogadores uma meta inicial nas dez primeiras rodadas, o que corresponde ao período pré-Copa do Mundo. Mesmo ao longo desta etapa, prefere direcionar o trabalho jogo-a-jogo e tem atenções voltadas para os dois jogos em seqüência que o Paraná Clube faz em casa, contra Botafogo e Grêmio. Mais do que reabilitação – após a derrota para o Juventude – o treinador busca a tranqüilidade para impor seu trabalho.

?A matemática, neste caso, é simples. Vencendo em casa e buscando alguns pontinhos fora, você vai estar sempre entre os primeiros colocados?, frisou Caio Júnior. Os especialistas deixam claro que o clube que somar em média dois pontos por jogo, estará sempre brigando pela ponta de cima da tabela de classificação. Na temporada passada, o então técnico Lori Sandri – hoje no Atlético Mineiro – foi criticado pela forma como enfatizava a necessidade do clube atingir a pontuação necessária para se manter na Série A.

A torcida reclamava, pois o discurso passava a sensação que escapar da degola era a única meta do Tricolor. Mesmo depois da expressiva campanha do primeiro turno, quando terminou na quarta colocação. ?Atingir a pontuação para não cair é a meta dos vinte clubes. Isso é óbvio. Esse também é nosso primeiro objetivo, mas não a meta final?, disse Caio Júnior. ?É claro que quanto antes você confirmar permanência na primeira divisão, melhor. Depois, o trabalho muda e sempre para melhor?, comentou.

Caio Júnior analisou com reservas as previsões dos matemáticos, que estabelecem 49 pontos como a marca a ser atingida para se manter na elite nacional. ?É um campeonato dificílimo. Só tem jogo duro. Então, é importante ter um grupo forte, com opções para buscar uma campanha de regularidade. Substituições são normais e o time tem que manter sempre o mesmo nível de atuação?, justificou.

O técnico acredita que neste início, além de ?acumular gordura?, precisa estar atento à adaptação dos reforços que estão chegando.

?Vi a maioria dos atletas em ação. Mas, uma coisa é vê-los jogando, outra é o comportamento dos jogadores no dia-a-dia, nas concentrações?, disse o técnico. Mesmo iniciando o Brasileiro com a mesma formatação utilizada no estadual (o 3-6-1, armado por Barbieri), Caio sabe que a seqüência de jogos e treinos pode determinar mudanças significativas no posicionamento da equipe.

?O jogador é quem se escala?, comentou. Ainda mais nesta fase, com jogos só nos fins de semana, o que permite à comissão técnica uma observação mais detalhada de cada atleta nos treinos técnicos e táticos.

Gérson, Edmilson e Cristiano domingo contra o Botafogo

O meia Gérson pode ter sua primeira grande chance no domingo. Com boa seqüência de treinos, ele impressionou positivamente e não esconde a ansiedade. O titular Maicosuel está liberado pelo departamento médico, mas deve ficar no banco de reservas neste jogo frente ao Botafogo, às 18h10, no Pinheirão. Sem trabalhar com o grupo há quase duas semanas, Maicosuel está abaixo do peso e aquém do condicionamento físico ideal para suportar um jogo em sua totalidade.

?Se me derem sinal verde, vou usá-lo, mas possivelmente na fase complementar?, antecipou Caio Júnior. Assim, Gérson pode ser a novidade no meio-de-campo. ?Não vou decepcionar. Mesmo que o entrosamento não seja o ideal, a gente supera na força de vontade?, disse Gérson, que conquistou rapidamente a amizade dos novos companheiros. ?Sou assim mesmo, de fácil relacionamento?, disse Gérson, que vive com um sorriso estampado no rosto.

O meia completou no mês passado 25 anos e está estreando na primeira divisão nacional. ?Atuei por equipes menores, mas agora chegou a oportunidade de mostrar meu futebol.? A semelhança com o meia Kelly (ex-Atlético e Cruzeiro), chama a atenção de todos. Inclusive dos companheiros que não demoraram a apelidá-lo. ?Não tem essa de Kelly, não. Sou o Gérson?, diz, bem humorado, o meia que veio do Mogi-Mirim em busca de projeção nacional com a camisa tricolor.

Além do meia, o técnico Caio Júnior deve lançar no domingo o experiente zagueiro Edmílson. Outra estréia pode ocorrer no ataque, caso Leonardo não se recupere da lesão no ombro direito. ?Vamos reavaliá-lo na sexta-feira?, disse o médico Júnio Chequim. Cristiano, ex-J. Malucelli, é a primeira opção para o setor. ?É um jogador de características diferentes?, lembrou Caio Júnior. Atacante de velocidade, Cristiano joga mais pelos flancos, sem priorizar a presença de área.

Derrota em Ponta Grossa

A falta de entrosamento pesou e o resultado final, 3×2 para o Operário, tem pouca relevância. Caio Júnior disse que o treino serviria para dar ritmo ao time-base e testar os reforços para o Brasileirão. Em fases distintas, ontem, no Germano Krueger, em Ponta Grossa, o Tricolor mostrou pouco poder de fogo.

Logo no primeiro lance, o Operário largou na frente. Toti não vacilou: 1×0, com 40s. Apesar de alguns contragolpes perigosos do time da casa, o Paraná dominou a partida com um bom toque de bola. Destaque para Gérson e Cristiano, que ditaram o ritmo. Só que sem um atacante de área, ficou difícil.

Isso até 23?. Na jogada de Cristiano, Sandro fez o corta-luz e Edinho ficou livre para marcar. O Paraná seguiu controlando, mas ainda levou uma bola no travessão, com Édson. Já no intervalo, Caio Júnior fez seis alterações. Assim, o Tricolor tinha em campo apenas quatro remanescentes do time campeão (todos reservas).

Mas aos 2?, Édson cobrou falta e surpreendeu Marcos Leandro: 2×1. Novas mudanças não surtiram efeito e aos 37? o Operário ampliou. Alex conferiu. Aos 43?, Rodrigo Alvim bateu falta e fechou o placar do jogo-treino.

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