O Campeonato Paranaense de 2018 começa nesta quarta-feira (17) com novidades. Assim que o regulamento da competição foi divulgado, em novembro do ano passado, os dois turnos ainda não tinham ‘nomes’, ficando definidos como ‘Primeira Taça’ e ‘Segunda Taça’. Porém, a Federação Paranaense de Futebol anunciou a tarde desta terça (16) a homenagem a dois grandes ídolos do nosso futebol.
Agora, as taças serão chamadas de Dionísio Filho, que dará o nome ao troféu do campeão do primeiro turno, e Caio Júnior, que terá seu nome na taça de campeão do segundo turno.. Uma homenagem a dois importantes personagens do futebol paranaense e que nos deixaram mais cedo do que deveriam. Caio faleceu em novembro de 2016, no trágico acidente aéreo da Chapecoense, enquanto o Djonga morreu em fevereiro de 2015 por conta de uma infecção das vias biliares.
A iniciativa da Federação vem ao encontro à campanha da Tribuna do Paraná – que, na última segunda (15), publicou em sua capa da edição impressa a manchete “Que tal, FPF?”, sugerindo que Caio Júnior fosse homenageado com o nome de uma das taças do Estadual. A entidade já havia manifestado em dezembro à detentora dos direitos de transmissão a vontade de dar nomes aos troféus, e recebera sinal verde para a iniciativa.
Caio tinha 51 anos na época e fez longa carreira no futebol local. Natural de Cascavel, começou a carreira no Grêmio e passou pelo futebol de Portugal até chegar ao Paraná Clube, em 1997, onde foi o herói do pentacampeonato do Tricolor, marcando dois gols na vitória por 3×0 sobre o União Bandeirantes, na Vila Olímpica, que garantiu o título naquele ano. Depois, ainda jogou no Iraty.
Mas foi como treinador que ele construiu uma carreira sólida e marcante no Estado. Começou no time paranista, que conseguiu livrar do rebaixamento no Brasileirão, em 2002. Ainda passou pelo Londrina e pelo Cianorte, onde ficou marcado em 2005 por ter vencido por 3×0 o Corinthians de Tevez e cia no Albino Turbay, pela Copa do Brasil. Só que o melhor trabalho foi em 2006. Novamente no Paraná Clube, levou a equipe ao quinto lugar no Campeonato Brasileiro, garantindo uma inédita vaga na Libertadores do ano seguinte. A partir dali, rodou vários clubes e se projetou como técnico.
A ligação com o futebol paranaense é tanta que em 2017 o Paraná Clube nomeou a sala de imprensa da Vila Capanema com o nome de Caio Júnior, que também nomeou um campeonato sub-15.
“Para nossa família é muito legal. É uma lembrança e uma homenagem muito sincera. A gente fica feliz em vincular o nome do meu pai a uma competição do estadual. Fico feliz também que o Dionísio seja lembrado, que era um amigo querido do meu pai. Esperamos que seja um grande campeonato”, disse o filho de Caio Júnior, Matheus Sarolli, em entrevista à RPC.
Já Dionísio Filho faleceu aos 58 anos e, embora tenha nascido em Ribeirão Preto, teve participação importante no Trio de Ferro. Como lateral-esquerdo, foi campeão paranaense pelo Coritiba, em 1979 e 1989, e pelo Pinheiros (antigo Paraná Clube), em 1984 e 1987. Também defendeu o Atlético, o Cascavel e chegou a treinar o Tricolor.
Depois, se dedicou à vida de comentarista, trabalhando na RPC, na Gazeta do Povo, na Band e na Banda B, onde o Sangue Bom atuava quando faleceu.
“É uma honra para toda a família Dionísio essa homenagem para o meu pai, que jogou nos três maiores clubes do estado. Tenho certeza que esse campeonato será um sucesso. Desejo boa sorte a todos os clubes”, disse Marcio Eduardo Dionísio, filho do Djonga, em entrevista à RPC.