O técnico Caio Júnior ainda não ?digeriu? a forma como o Paraná Clube permitiu a virada do São Paulo, na última quinta-feira. Deixou de lado o problema arbitragem – que não coibiu a violência do adversário e confirmou um gol em impedimento do clube paulista – e voltou atenções para os deslizes da equipe no segundo tempo. Pontos que espera não se repitam mais, especialmente no jogo de amanhã, às 16h, no Pinheirão, frente ao Juventude.
Na sua visão, o erro básico da equipe foi não conseguir segurar a bola no ataque e explorar as margens do campo com inversões de bola. ?É preciso reconhecer o mérito do São Paulo, que nos forçou a jogar por um meio-de-campo congestionado?, comentou Caio. As saídas de Maicosuel e Leonardo – alvos da ?caçada? imposta pelos zagueiros são-paulinos – quebraram o ritmo do Paraná, pois Sandro e Joelson não conseguiram replicar o que a dupla titular vinha executando no jogo.
Se erros técnicos são cobrados, mas inevitáveis, Caio não ?economizou? nas críticas à forma como o Tricolor sofreu o terceiro gol. Evitou citar nomes, mas deixou clara a sua insatisfação. ?Um gol como aquele não pode acontecer?, afirmou. ?Foi erro de posicionamento e uma total falta de atenção. Não se pode permitir linha de passe em uma cobrança de escanteio?. Esse deverá ser o tema principal antes do único treino da equipe para o jogo contra o Juventude, hoje pela manhã.
Sem os ?capitães? Beto e Émerson, suspensos, o treinador já confirmou as presenças de Neguete na zaga e Sandro no meio-de-campo. A boa notícia foi a recuperação rápida do meia-atacante Maicosuel. Ainda com os sinais da entrada desleal do zagueiro Fabão, o jogador disse que sente dor, mas o local já desinchou. ?Acho que vou pro jogo. Tenho mais um tempo para tratamento e não vai ter problema, não?, afirmou o jogador. ?É mais uma pedreira. O Juventude vem fechado e temos que dançar conforme a música. Se a vitória vier aos 49 minutos, como contra o São Caetano, não importa?, avisou.
Se Maicosuel tem presença praticamente assegurada, o mesmo não se aplica ao atacante Leonardo. Com o tornozelo esquerdo muito inchado (por entradas de Fabão, Alex Silva e cia.), ele será reavaliado hoje, mas dificilmente estará em campo na largada do returno. Caio Júnior não antecipou quem seria o eventual substituto, mas as opções mais prováveis são Joelson e Jeff. ?Vamos encarar um time experiente, com um técnico que admiro (Ivo Wortmann) e todo o cuidado é pouco?, alertou o treinador paranista.
Caio Júnior dá um ?refresco?
Os jogadores pediram e o técnico Caio Júnior decidiu dar ?um voto de confiança ao grupo?. Depois de uma rápida conversa, na sala de musculação do clube, o treinador foi demovido de sua idéia de iniciar ontem à noite a concentração para o jogo frente ao Juventude. ?Já fui jogador e entendi a posição deles. Afinal, na próxima semana ficaremos concentrados cinco dias?, explicou Caio.
O Paraná Clube, após o jogo de amanhã, tem dois compromissos seguidos fora de casa, contra Botafogo e Grêmio, na quinta-feira e no domingo, respectivamente. A delegação, assim, segue para o Rio e de lá vai direto para Porto Alegre. Um período para descansar e manter o grupo mobilizado. ?Vale, também como uma concentração para a largada da Copa Sul-Americana?, lembrou Caio.
Após esses jogos, o Tricolor dá um tempo no Brasileirão e volta suas atenções para a competição continental.
Na primeira etapa, encara o Atlético-PR e o primeiro jogo será no dia 6 de setembro. Quem levar a melhor nesse duelo paranaense, enfrenta
o River Plate, da Argentina, também em jogos eliminatórios. ?Não vamos priorizar uma competição.
A Sul-Americana é a chance de colocar a imagem do Paraná no cenário mundial e, no Brasileiro, o nosso objetivo é a Libertadores?, sentenciou Caio.
Camisa de torcida também dá direito ao desconto
As torcidas organizadas venceram a ?batalha?. No jogo de amanhã, será não só permitido o acesso de pessoas com camisas das facções, como estas terão direito a pagar o meio-ingresso (R$ 10,00).
Há duas semanas, esse foi o pivô de uma discussão entre o presidente José Carlos de Miranda e integrantes da Fúria Independente. Com a nova decisão – inclusive da Polícia Militar, liberando as camisas de torcidas nos estádios – tudo ?acabou em pizza?.
Miranda, que pretendia insistir na liberação apenas para camisas do clube, chegou a ser surpreendido com a decisão.
O caso estava sendo conduzido pelo vice-presidente Aurival Correa. ?Diante da liberação da PM e como todos sabem fornecemos centenas de ingressos para nossas organizadas, seria inexeqüível a execução de um controle nas bilheterias?, disse o presidente paranista. Assim, para esse jogo, ?vale tudo?. A rigor, todos têm direito ao meio-ingresso.
Uma situação, ao que tudo indica, pontual. A próxima partida em casa – à exceção da Sul-Americana, onde o clube adotará outra tabela de preços -, contra o Fluminense, será da Nestlé. E, a partir daí o Paraná já estará de volta à Vila Capanema. Amanhã, com a ?flexibilidade? de última hora, a tendência, mais uma vez é casa cheia, como nos últimos jogos do Tricolor. Comissão técnica e elenco agradecem, cientes de que o grito da galera será o combustível a impulsionar o Paraná na busca pela 10.ª vitória no Brasileirão.
