Caio Júnior e Omar Feitosa encararam o desafio. A dupla aceitou a missão de tirar o Paraná Clube da última colocação do campeonato brasileiro e garantir a permanência do clube na primeira divisão. Ex-auxiliar de Otacílio Gonçalves, Caio assume o posto que já ocupou na disputa do superparanaense. Reafirmou a confiança no grupo e garantiu que o Tricolor terá “espírito vencedor” nas dez rodadas finais, com uma total mobilização de atletas, comissão técnica e diretoria.
O superintendente de futebol Ocimar Bolicenho exaltou a coragem dos profissionais. “Eles poderiam ter outro comportamento, pois já tínhamos até feito alguns contatos. São fatos como esse que mostram os verdadeiros vencedores”, comentou Bolicenho. Caio lembra que sua vida sempre apresentou desafios e ele foi vencedor como jogador, comentarista e supervisor. “Agora, é o momento de tirar o time desta situação e isso só acontecerá com a união de todos”, disse o novo técnico.
Caio Júnior fez questão de destacar as lições aprendidas com Otacílio Gonçalves nestes dois meses. “Há detalhes que levarei comigo por toda a vida. Me considero uma pessoa privilegiada por ter convivido com ele, pois ganhei um amigo”, comentou. “Não é para menos que ele é um treinador consagrado e vencedor profissionalmente e também na questão familiar”, elogiou. Na prática, o primeiro fato novo ocorrerá hoje. Após o treino, os jogadores entram em regime de concentração, que anteriormente havia sido abolida. Caio e Omar querem os jogadores vivendo o clima do jogo o maior tempo possível.
Caio Júnior tem convicção que a desconfortável “lanterna” não mostra a realidade do Paraná Clube. “Temos feito bons jogos. Recebemos elogios até mesmo em derrotas, como frente a Corinthians e Fluminense. Isso mostra que há algo errado, mas que o grupo tem qualidade e não merece passar por esta situação”, analisou. O novo treinador e seu auxiliar participaram de uma rápida reunião com o elenco e Ocimar Bolicenho antes do treino de ontem.
Foi explicada a saída de Otacílio Gonçalves e a opção pela efetivação de Caio Júnior. Para se livrar do rebaixamento, o Paraná terá que obter ao menos 50% de rendimento nos dez jogos restantes. Com cinco vitórias, chegaria a 29 pontos. O primeiro desafio será superar o Vitória, amanhã. Somente com a conquista de três pontos, o Tricolor assegurará o mínimo de tranqüilidade para os dois jogos fora, contra Paysandu e Vasco. “Acredito demais nestes jogadores e sei que a resposta será positiva”, finalizou Caio.
Equipe definida e com três alterações
No primeiro trabalho tático, Caio Júnior já confirmou alterações no time. Ele adota o 3-5-2 para tentar o equilíbrio defensivo necessário para sair do sufoco. Afinal, o Paraná Clube só não sofreu gols no jogo frente ao Flamengo. “Foi o setor mais alterado e tivemos que encontrar uma nova formação ao longo da competição”, comentou Caio. O recém-contratado Roberto fará sua estréia, na função de líbero.
Com a entrada de um zagueiro experiente – Roberto tem 33 anos -, o treinador pretende dar estabilidade ao setor, avançando Sidnei para a cabeça-de-área, sua real posição. Com esta mudança, Caio Júnior supre ainda a ausência de Goiano, ainda no departamento médico devido à uma lesão no joelho esquerdo. As outras novidades serão nas alas. Uma delas forçada, pois Fabinho cumpre suspensão e Cris o substitui. Do outro lado, Luís Paulo retorna à condição de titular, com Bosco indo para a reserva.
“Temos um bom ataque e dois artilheiros natos. Então, temos que agir rapidamente no setor mais instável”, analisou. Ele lembra que o Paraná foi obrigado a reformular sua defesa, após as saídas de Ageu, André e Hélcio. O primeiro treino foi animador, com o time mostrando muita vibração e “brigando” pela posse de bola incansavelmente. “A partir de agora, bola dividida terá que ser nossa”, sentenciou Caio. O treinador quer um time aplicado e participativo, conversando e cobrando mais dentro de campo. “Agora, é tudo ou nada. Temos que mudar o discurso, pois de nada adianta jogar bem e não somar pontos”, disse Caio.