Valquir Aureliano
Meia alviverde disparou
uma bomba da intermediária
e acertou o ângulo em cheio.

Para o torcedor do Coritiba, o petardo de Caio que resultou no gol que abriu o caminho da vitória sobre o Vasco no domingo teve algo de divino. E para o camisa dez alviverde também. Com ajuda da turma lá de cima ou não, o chute do armador foi decisivo para o primeiro triunfo coxa em trinta dias. Dos pés dele surgiu a tranqüilidade que o time andava precisando – e em uma jogada raríssima na temporada do Cori.

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O próprio técnico Cuca reconhece que o time não faz gols em arremates de média e longa distância. ?É uma coisa que a gente não trabalha tanto, mas que deu resultado na partida?, comenta. Caio aponta o imponderável como fator importante no primeiro gol dele na partida. ?Foi Deus quem guiou a bola até o gol. Acabei sendo feliz no lance?, afirma. Com os dois que marcou, ele passou a ser um dos artilheiros do Coritiba no Campeonato Brasileiro, com quatro, ao lado de Jackson e Tiago. ?É qualidade e isto sempre vai fazer a diferença?, diz o treinador.

Chutando de longe, Caio empurrou o Coxa para cima. Não foi uma grande subida – o time ganhou uma posição na tábua de classificação, sendo agora o 13.º colocado. Mas foi a primeira vez desde o início do segundo turno que a equipe avançou. ?Era o que a gente estava precisando?, resume Cuca. ?Isso muda o nosso espírito. Vimos que precisamos arriscar sempre para conseguir os objetivos que estamos buscando?, completa o camisa 10 alviverde, voltando a citar seu ?santo? gol.

Ele é, desde que foi contratado pelo Coritiba, já durante o Brasileiro, o jogador mais importante da equipe. Caio chega a ser o ?termômetro? do rendimento coxa – quando vai bem, o time também vai.

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E o jogador é um dos únicos que passaram incólumes pelos maus momentos no campeonato, assim como o goleiro Douglas (que está invicto há três rodadas) e o capitão Reginaldo Nascimento.

Em contrapartida, o principal companheiro de Caio vive ?inferno? astral.

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O centroavante Renaldo foi novamente vaiado pela torcida e perdeu um gol contra o Vasco que normalmente ele não erraria. Jogador e técnico saíram em defesa do ?puro sangue?. ?Ele precisa fazer um gol?, diz Cuca. ?O Renaldo nos ajuda muito. É só lembrar o segundo gol. Ele atraiu a marcação de dois zagueiros e facilitou para eu chutar. Além disso, ele é um dos jogadores que mais assumem a responsabilidade dentro do elenco?, comenta o armador.

A expectativa deles – e de todos no Coxa – é por uma semana de clássico tranqüila. ?Precisávamos de uma vitória como esta, para ficar mais calmos e para retribuir à torcida o apoio que ela está nos dando?, afirma Caio. ?Podem ter certeza que, a partir de agora, o Coritiba vai render cada vez mais. E vamos jogar com alegria?, finaliza Cuca.

Márcio Egídio pode ser a novidade pro clássico

A semana do Coritiba começa hoje com mais opções para o técnico Cuca. Se ainda não pode contar com o zagueiro Flávio e com o meia Marquinhos, o treinador alviverde vai ter de novo um de seus jogadores mais importantes – Márcio Egídio, enfim recuperado de uma fratura no quadril. O volante será mais uma variável nas possibilidades de montagem da equipe para o clássico de sábado contra o Paraná Clube.

Egídio estava sendo preparado para a partida do final de semana – ele já treina fisicamente há dez dias.

Com ele, Cuca ganha novas situações táticas, que podem ganhar força com a ausência certa de Allan. O zagueiro teve uma lesão muscular no jogo de domingo, cuja extensão será averiguada com um exame de ressonância magnética. O restante do elenco está à disposição do treinador alviverde.