Caio arma um time ofensivo, apesar dos desfalques

Independente dos vários desfalques, o técnico Caio Júnior mostra ousadia e prepara um time com perfil bastante ofensivo para o jogo deste sábado – às 16h, no Castelão – frente ao Fortaleza. Com quatro novidades, arma o Paraná Clube num 3-4-3, aproveitando a versatilidade de Maicosuel e Cristiano para assegurar também a ocupação dos espaços no meio-de-campo. O treinador ainda espera pelo capitão Beto, lesionado, mas já tem a estratégia de jogo bem definida na sua cabeça.

?Não fomos inferiores a nenhum dos nossos adversários. Nos detalhes, ou técnico ou de arbitragem, sofremos três derrotas. Mas confio no trabalho que estamos realizando?, afirmou Caio Júnior. Por isso, após analisar o teipe de vários jogos do Fortaleza, decidiu por uma formação teoricamente mais agressiva e veloz. ?O Paraná não está na competição apenas para lutar para não cair. Não vou adotar retranca, pois a meta é sempre a vitória?, assegurou.

Caio não quer, com isso, um time se lançando à frente desordenadamente. Muito pelo contrário. ?Quero a equipe equilibrada, como nas últimas partidas. Mas, é claro, com maior poder de fogo, maior concentração na hora de definir as jogadas?, disse. Sem contar com Edmilson (lesionado), Felipe Alves e Batista (suspensos), Caio confirmou Neguete na zaga, Goiano na cabeça-de-área e recua Maicosuel para o setor de criação. Assim, Zumbi aparece no ataque, com a missão de ser a referência na área adversária.

Caio Júnior testou duas formações no coletivo de ontem pela manhã e gostou deste posicionamento, mesmo tendo utilizado Leonardo no lugar de Zumbi (que foi poupado na fase final do treinamento). As opções de banco determinaram a escolha de Caio Júnior. ?Tenho o Leonardo e o Sandro para o ataque. Assim, posso lançar os outros atacantes desde o início.? Leonardo até alimentava a expectativa de começar o jogo como titular, mas o seu condicionamento físico está muito aquém do ideal.

?Tenho condições para no máximo 45 minutos. Então, o jeito é ficar no banco e esperar uma oportunidade?, disse Leonardo. No final do treino, Edinho também pediu para sair, com dores na coxa esquerda. ?Foi só por precaução. Vou pro jogo?, assegurou Edinho, que ao deixar o gramado deu lugar a Rodrigo Alvim. ?É reflexo do jogo em Maringá, que foi muito desgastante?, disse Edinho.

Mesmo tendo iniciado o coletivo com Élton no lugar de Beto, a opção por um time mais ofensivo fará Caio Júnior reforçar a marcação no meio-de-campo e Serginho formará com Goiano a dupla de volantes. Isso, é claro, se o Beto for vetado.

O departamento médico irá reavaliar o capitão hoje pela manhã.

Parada vem em boa hora

O preparador físico Marcos Walczak conta os dias para o término desta primeira etapa do Brasileirão. As sucessivas lesões – muitas delas por traumas, é verdade – estão diretamente ligadas ao desgaste do grupo para a conquista do título estadual. Até mesmo os reforços ficaram, na maioria, em atividade até o dia 9 de abril, seis dias antes da largada da Série A. Além disso, os atletas se ressentem da não-realização de uma pré-temporada.

?Não tenho dúvidas de que tudo seria melhor se tivéssemos tido tempo para trabalhar o time em janeiro?, disse Walczak. ?Hoje, pagamos o preço do título, pois essa queda é normal, assim como a fadiga muscular de alguns jogadores.?

O preparador físico lembra que ao longo do estadual houve apenas uma lesão muscular grave, do ala Parral. Nesse início de Brasileiro, jogadores como Leonardo, Sandro, Jeff, Neguete, Maicosuel e Cuca, foram para o departamento médico com contusões de joelho ou tornozelo.

?A nossa preocupação é administrar da melhor forma possível esses próximos dias, que antecedem o recesso do campeonato?, disse Marquinhos. ?Espero que não tenhamos novas lesões para que possa usar o período de paralisação para aprimorar a forma de todos.? Por isso, a comissão técnica tem o cuidado de sacar alguns jogadores de determinados treinos para não correr riscos.

?A situação do Beto é emblemática?, lembrou Caio Júnior. ?Liberei-o da fase final do treino de terça, quando trabalharíamos chutes a gol. Ele preferiu ficar e sentiu a coxa. Mas, não posso condená-lo, pois é um grande profissional?, disse o treinador. O uso de sacos de gelo passou a ser uma constante ao término de cada treinamento, num quadro evidente do atual cansaço muscular do elenco.

Por isso, Marcos Walczak está concluindo o cronograma para os 38 dias de recesso do campeonato. ?Inicialmente, daremos um descanso de quase dez dias para todo o grupo?, explicou. ?Depois, a primeira semana de intertemporada será voltada à readaptação cardiovascular e neuromuscular. Só depois disso é que iniciaremos os trabalhos de fundamentação.? Para não sofrer nenhuma baixa ao longo das próximas cinco rodadas – pela primeira vez neste Brasileiro com jogos intermediários – a comissão técnica terá que observar cada jogador com atenção redobrada.

?É hora do risco zero?, sentenciou Walczak.

Zumbi será referência na área

Assim que o treino terminou, o técnico Caio Júnior aproximou-se do atacante Zumbi e a conversa se estendeu por quase dez minutos. A estratégia armada para esse jogo obrigará o atacante a atuar na área do adversário, fugindo às suas características. ?Vou cumprir à risca o que me foi pedido. Sei que o time precisa da vitória e é com esse pensamento que nós vamos para o Ceará?, disse o atacante, que ainda busca o seu primeiro gol com a camisa do Paraná Clube.

?Atacante vive de gols. Mas, acredito que só está faltando um pouco de sorte para a gente?, disse Zumbi, que não enfrentou o Corinthians por conta de uma contratura muscular. ?Os médicos preferiram me tirar do jogo, pois senão eu poderia agravar a situação e ficar um bom tempo fora. Agora, estou legal?, afirmou o atacante. Contratado junto ao Marília, Zumbi estreou contra o Grêmio. Foi um dos destaques do time na

única vitória do Tricolor, até aqui (5×2).

Na partida seguinte, frente ao Fluminense, o atacante não conseguiu repetir a performance. Ao sair em demasia da área, teve poucas chances de finalização, mas criou algumas jogadas para seus companheiros.

?O Zumbi ainda está buscando seu espaço e entrosamento?, ponderou Caio Júnior.

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