Capitão da seleção brasileira pentacampeã mundial em 2002, Cafu considerou normal a atitude de Thiago Silva e de outros jogadores do Brasil que choraram antes da disputa de pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final da Copa, no último sábado, no Mineirão. O ex-lateral-direito participou de seminário de gestão esportiva da Faculdade Getúlio Vargas (FGV), nesta quarta-feira, no Rio, e falou sobre a seleção em entrevista coletiva após o evento.
“Eu acho uma atitude normal (o choro). Cada capitão vai reagir de uma maneira completamente diferente”, afirmou o jogador, que depois completou: “A maneira que o Thiago utilizou, sentou na bola, rezou, chorou, foi a maneira dele. Mas o importante é que os jogadores respeitam ele. É a personalidade dele, o caráter dele. E nós temos que respeitar isso”.
O ex-jogador defende, contudo, que um capitão tenha firmeza, seja incisivo e respeitado. “O capitão é o equilíbrio da equipe, tem que ter pulso firme, voz de autoridade para que ele possa ser respeitado por todo mundo”, disse. Cafu, no entanto, acredita que o melhor para o jovem zagueiro é que ele não tente mudar o seu jeito de ser. “O conselho que eu dou pro Thiago é que ele continue sendo a pessoa que ele é. Ele não tem que mudar a personalidade dele porque nós queremos.”
Recordista de jogos com a camisa da seleção e com quatro Copas na carreira, sendo que jogou três finais de Mundial, Cafu sabe bem o que é a pressão de defender o País na competição e pediu mais calma aos jogadores. “Temos que controlar a emoção porque dentro de campo, às vezes, temos que agir com a razão.”
COLÔMBIA – O bicampeão mundial não espera jogo fácil no duelo contra a Colômbia, nesta sexta-feira, em Fortaleza, nas quartas de final da Copa. Para Cafu, o favoritismo do Brasil será a maior das dificuldades. “É um adversário perigosíssimo porque a responsabilidade agora é da seleção brasileira. A Colômbia vem numa ascensão muito grande, foi uma das primeiras a se classificar nas Eliminatórias Sul-americanas e vai ser uma franca atiradora nesse jogo”, avalia. “Além de ter bons jogadores e de ser um time muito compacto, tem essa dificuldade de a responsabilidade do Brasil ser muito maior”, finalizou.