Königstein – O tempo passa e Cafu parece incorporar com mais naturalidade o papel de capitão, de conselheiro, de irmão mais velho e moderador no relacionamento com seus companheiros de seleção. Pois essa vocação para conciliador se manifestou ontem, horas depois de o mundo ter despejado restrições sobre Ronaldo por sua atuação decepcionante na estréia.
Com a experiência de 36 anos recém-completados e quase 16 de seleção, saiu em defesa do colega famoso e reafirmou a ?confiança total? dele, e do grupo, em torno da reação, já contra a Austrália. ?O Ronaldo é um grande jogador e não demora para mostrar sua força?, previu, antes de aproveitar com Luizão, Fred e Cris a tarde de folga.
O lateral do Milan foi solidário com o amigo, que apanhou da crítica mais do que judas em sábado de aleluia. ?Ninguém pode duvidar da capacidade dele decidir, de fazer gols. É apenas uma questão de ritmo e tempo.?
Cafu repetiu em público parte da conversa que teve com o Fenômeno antes mesmo do retorno da delegação de Berlim a Königstein. O capitão notou a prostração do parceiro de três mundiais e tratou de confortá-lo. Falou que o time confiava nele, que era o comandante, que servia de exemplo, que o jogo contra a Croácia era página virada. O ?Presidente? como os jogadores chamam o astro do Real Madrid o apelido é muito anterior ao episódio com o presidente Lula -aparentemente recebeu bem o apoio do porta-voz. ?Ele ainda vai decidir muitos jogos?, avisou.