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Cadeirantes criticam acesso ao Maracanã antes de abertura da Paralimpíada

Momentos antes da abertura da Paralimpíada, marcada para às 18h15 desta quarta-feira, o entorno do Maracanã já estava lotado de espectadores, muitos deles cadeirantes e deficientes visuais. As rampas e o nivelamento das calçadas, assim como a ajuda dos voluntários, fizeram o trajeto dos deficientes ser mais fácil, mas ainda longe do ideal.

A cadeirante Sônia Malheiros, de 72 anos, veio acompanhada da amiga Sônia Barreto, de 64. O trajeto das duas em volta do estádio “poderia ter sido melhor”, segundo Barreto. Ao descerem do táxi em local próximo ao Maracanã – a circulação de carros era restrita nas ruas ao redor do estádio – elas foram informadas de que o portão em que entrariam era distante.

Em cerca de 20 minutos de caminhada, elas passaram por calçadas estreitas e por desníveis que dificultaram o percurso. “Na hora de comprar o ingresso, deveria ter uma opção pra cadeirantes para ficarmos mais próximos e ter um caminho mais fácil”, afirmou Sônia Barreto. No entanto, as expectativas para o evento são positivas. “Estamos animadas. Espero que (a Paralimpíada) tenha mais glamour, assim como as Olimpíadas”, disse.

Já a entrada de táxis e carros levando pessoas com dificuldade de locomoção nas ruas em volta do estádio não é tão simples quanto o esperado. O local tem acesso restrito. Para entrar é preciso “convencer” a Polícia Militar e os agentes de trânsito.

Cerca de uma hora antes do evento, Lúcia Amaral chegou com a filha, Luciana, que é cadeirante, em um táxi especial para portadores de deficiência. O veículo parou bem em frente ao portão de entrada, mas o taxista Marco Aurélio Viana precisou parar a cada barreira e explicar a situação. “Todas as entradas foram liberadas. Mas a cada passagem pela barreira, precisamos conversar com os policiais e ‘dar um jeitinho’ para conseguirmos passar”, explicou ele.

Ele contou que durante a Olimpíada não teve a mesma facilidade quando tentou deixar um cliente no Parque Olímpico. “Lá, quando eu fui parar em uma calçada, os policiais me disseram que não podia. Tive que explicar a situação pra que eles me deixassem estacionar rapidinho”, contou.

A família de Eliane Maia, cadeirante, resolveu vir a pé para a abertura dos Jogos Paralímpicos após ter sido impedida pela Polícia de entrar de táxi na área próxima do Maracanã durante a Olimpíada.

“Deveriam deixar os carros que levam os cadeirantes entrarem perto do estádio, porque os entornos, no próprio bairro, são complicados. Aqui, não. Tem acessibilidade”, conta Carla Maia, filha de Eliane. “Nas Olimpíadas, quando virmos para o encerramento, não deixaram nosso táxi entrar. Então hoje viemos a pé mesmo”, conta.

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