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Aristzábal é a prova de que time
não se faz só com estrelas.

A saída foi mais melancólica do que se esperava. Victor Hugo Aristizábal Posada foi embora do Coritiba – e do Brasil, pois já está com sua família na Colômbia – sem deixar saudades, bem ao contrário do que ele esperava fazer em sua última temporada no "melhor futebol do mundo", como o atacante se refere ao país. E deixa uma certeza aos dirigentes do Coxa e uma lição para os que quiserem: não se faz mais um time apenas com nomes.

A contratação de Aristizábal foi festejada como a maior da história do Cori. Era um investimento de vulto e um negócio vistoso, que chegou às manchetes dos principais meios de comunicação do Brasil. Mas, em campo, o próprio jogador reconheceu que não conseguiu suprir as expectativas da torcida. "O primeiro semestre foi bom, mas o Brasileiro atrapalhou tudo. Eu tive várias lesões e não tive uma seqüência de jogos", afirmou, em sua entrevista de despedida.

Se fossem confirmados os números da negociação (algo em torno de R$ 1 milhão pela temporada 2004), Aristizábal teria o seguinte "custo-benefício": R$ 27.027,03 por partida -foram 37 – e R$ 83.333,33 por gol – foram doze. Cabe lembrar que o atacante teve, no acerto da rescisão de contrato, uma redução dos vencimentos por causa dos ajustes de salários, férias, 13.º salário e Fundo de Garantia.

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Mas há um número que favorece o colombiano. O rendimento do Coritiba quando contou com o jogador em campo é melhor do que o geral. Em 37 partidas, o Coxa venceu 17, empatou 13 e perdeu apenas sete. Se computados os pontos, o aproveitamento é de 57,66% – no ano, atuando 66 vezes, o rendimento alviverde é de 50,51%. Neste Brasileiro, ele esteve presente em nove das treze vitórias do Cori.

Já sem vínculo com o clube, Aristizábal pensa em jogar mais um ano e aí começar a carreira de treinador. "Eu gostaria de iniciar essa minha nova vida no Coritiba. É um clube que me deu alegria, amigos e muito carinho. Por isso, vou embora feliz e esperançoso de retornar um dia, em um momento diferente", resumiu o atacante.

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Antônio Lopes parte para o confronto com a torcida

Se alguém esperava que a partida de domingo contra o Santos marcasse o início de um "novo" Coritiba, possivelmente sem o técnico Antônio Lopes, acabou se enganando.

Apenas ficou evidente o descompasso entre treinador e torcida, em um confronto que não tem (de nenhuma parte) a menor possibilidade de armistício. As atitudes vistas no Couto Pereira e as respostas do Delegado dizem exatamente o contrário – a briga parece que ainda nem começou.

Durante os noventa minutos do jogo com o vice-líder do brasileiro, Lopes foi hostilizado pela quase totalidade dos torcedores coxas presentes ao Alto da Glória. E, pela primeira vez, viu-se uma ‘campanha’ sistemática e organizada. O primeiro ato foi a confecção de um panfleto criticando o técnico, de título "Porque fora Antônio Lopes". O texto, não assinado, exigia do presidente Giovani Gionédis "a demissão sumária do técnico e de sua comissão técnica". "Na hora em que eu explico o porquê da permanência do nosso treinador, eu assino e não fujo das críticas. Agora, na hora de falar mal, eles escondem-se em um panfleto apócrifo e sem assinatura", atirou Gionédis.

Além disso, foi a primeira vez que as faccões organizadas da torcida manifestaram-se claramente pela saída do Delegado. Como se tivesse programado, a Império Alviverde esperou o jogo começar para gritar – aos dois minutos do primeiro tempo – em alto e bom som o "fora Antônio Lopes" que já ecoa no resto do estádio há três meses. Oito faixas (uma delas nas sociais) pediam a demissão do técnico alviverde. A mais extensa dizia para a diretoria "não dar bola fora" e era seguida por outra que apelava: "Lopes, peça demissão".

Respaldado pelo presidente ("O Antônio Lopes continua", resumiu), o treinador coxa teve tranqüilidade para não comentar a fundo as manifestações dos torcedores. "Isso é normal, a culpa sempre é do técnico", comentou o Delegado. Só que, pela primeira vez, ele partiu para o enfrentamento – parte por irritação, parte por mecanismo de defesa. Questionado sobre a atitude dos que vibraram com o gol da vitória do Santos, Lopes atacou. "Esta é uma manifestação de quem não é verdadeiramente torcedor do Coritiba. Se você torce por uma equipe, não pode querer que ela perca de forma alguma", resumiu.

Era a resposta. Não só à torcida, mas também a quem esperava uma ação defensiva e até mesmo um pedido de demissão. Alguns ainda esperam essa atitude, e há quem acredite que o técnico, por mais que tenha o apoio de Gionédis, não emplaque 2005. Mas o que ficou claro da ‘histórica’ tarde de domingo no Couto Pereira é que Antônio Lopes, se precisar, tem disposição para o combate – que não é dos que deixam vencedores, e sim vencidos.

Róbson Gomes pode voltar ao Cori

Aos poucos, a diretoria do Coritiba vai admitindo que 2004 já se foi, apesar das remotas chances de classificação para a Copa Sul-Americana – ou talvez por causa delas. Cada dia mais, o assunto é a temporada 2005. E, se a mudança no comando técnico não vai acontecer (é o que garante seguidamente o presidente Giovani Gionédis), há possibilidade de alterações na comissão técnica, com o retorno de profissionais que já passaram pelo clube. Pelo menos é a tendência dos últimos dias.

O primeiro deles seria o preparador físico Róbson Gomes, hoje ao lado de Paulo Bonamigo no Botafogo. Ele foi procurado semana passada, quando o Coxa foi ao Rio de Janeiro enfrentar o Fogão, e teria manifestado interesse de retornar ao Alto da Glória, de onde saiu no final de 2003. Tal situação não implica na saída do atual fisicultor, Manoel dos Santos, que passaria a integrar o comando da comissão técnica, passando à coordenação física do clube. Também se comenta o retorno do preparador de goleiros Cassius Hartmann. Estas alterações só aconteceriam após o final do campeonato brasileiro.

Enquanto a competição não termina, e os contatos com profissionais e jogadores são feitos, a direção tenta agilizar as renovações de contrato dos que já estão no Coritiba. Luís Carlos Capixaba, o reforço com melhor rendimento na temporada, já alinhavou sua permanência até o final de 2005. "Eu gostei do clube e fiquei muito feliz com a possibilidade permanecer", afirmou o armador. "Estamos acertando com ele e também com o Fernando", revelou Giovani Gionédis – semana passada, Ataliba também confirmou que foi procurado para renovar.