Jenson Button não quer mais correr na Williams. Depois de armar a maior confusão no ano passado para sair da BAR, mesmo com contrato vigente para 2005, o inglês agora quer ficar onde está, embora tenha o direito de mudar de time em 2006 ? e já tenha até assinado com a equipe pela qual estreou na F-1, em 2000.
Acontece que a Williams com a qual Jenson sonhava não existe mais. A equipe suspende sua parceria com a BMW no fim do ano, usará motores Cosworth na próxima temporada e só volta ter acordo com uma montadora, a Toyota, em 2007.
?Não tenho tempo para esperar?, disse Button, em franca campanha pública para que Frank Williams abra mão de seu passe. ?A carreira de um piloto é curta e deve ser otimizada. Tenho mais chances de vencer corridas e ganhar um título onde estou hoje. A Williams voltará a ser forte, tenho certeza, mas não posso ficar mais três anos ajudando uma equipe a crescer.?
Jenson acredita que uma boa conversa com Frank resolverá o assunto. Mas o dono da Williams não parece disposto a ceder. A BAR ofereceu a ele US$ 12 milhões para liberar o piloto de seu contrato. Bernie Ecclestone, que quer bajular a Honda, parceira da BAR, mais US$ 12 milhões. A quantia seria suficiente para bancar a compra dos motores Cosworth no ano que vem. Frank não aceitou nenhuma das duas propostas.
?Acho que nenhuma equipe vai querer um piloto descontente?, disse Button. ?É um momento decisivo na minha vida. Já falei com Frank e disse o que estou sentindo. Espero que ele compreenda. Preciso estar no time no qual tenha melhores condições de vencer em curto prazo.?
O inglês é peça decisiva no dominó que se seguirá no mercado de pilotos para 2006. Há vários com contratos expirando e muitas vagas se abrindo. Felipe Massa, por exemplo, pode ficar na Sauber (comprada pela BMW), mas já recebeu sondagens da BAR. A Red Bull tem um lugar vago, assim como a Williams terá com a saída de Heidfeld para a BMW e a incerteza sobre Button. Na própria BAR, a permanência de Sato não é garantida.
O mercado ficou quente nesta semana, e na pista as coisas também serão assim na escaldante Budapeste, onde hoje começam os treinos para o GP da Hungria, 13.ª etapa do Mundial. A previsão é de temperaturas chegando aos 35 graus no sábado e no domingo. É a última corrida de uma sequência de quatro dobradinhas, oito GPs em 11 domingos. Depois, a F-1 faz uma pausa de três semanas e só volta na Turquia, no dia 21 de agosto.