São Paulo – Quanto mais o técnico do Corinthians, Juninho Fonseca, reza, mais fantasmas aparecem em sua vida. Desacreditado e contestado pela diretoria, torcida e até parte dos jogadores, o treinador só se sustenta no cargo se vencer o clássico de domingo, contra o São Paulo. A situação parece ruim? Pois vai piorar muito. Tudo parece confabular contra ele. Agora faltam jogadores.

O treinador não sabe ainda quem escalar. O grupo foi assolado por uma onda de contusões que tirou os atacantes Marcelo Ramos e Rafael Silva do campeonato paulista. Além disso, o lateral-direito Rogério, com problema no olho direito, foi afastado do decisivo jogo. O zagueiro Marquinhos e o atacante Gil são dúvida. E a lista negra ganhou novo nome: o meia Rodrigo, que ontem sentiu estiramento muscular na coxa direita.

Em outras palavras, o futuro de Juninho no comando técnico vai estar nas mãos de uma equipe improvisada. As unhas que se preparem, afinal, o raciocínio é óbvio: se com todos à disposição o desempenho do time já é bastante criticado, calcule o tamanho da apreensão do treinador corintiano diante dos últimos incidentes.

Para vencer, o arqui-rival, Coelho deve ocupar a lateral direita. Na zaga, encarregada de segurar Luís Fabiano, Valdson é a primeira opção para o lugar de Marquinhos. Agora, o pesadelo de Juninho cresce mesmo quando o técnico pensa no ataque, o setor do time que pode garantí-lo no cargo. Em princípio, a dupla será Régis e Dinélson, que nunca jogou junto.

Bola baixa

O grande problema de Juninho Fonseca, o motivo de tanta gente o estar criticando, não são os resultados, mas sim suas concepções táticas, a forma como monta o time. O principal exemplo foi a partida contra o Botafogo da Paraíba, estréia do Corinthians na Copa do Brasil. O treinador corintiano simplesmente abriu mão da presença de um armador, aquele jogador responsável pela armação das jogadas, e inventou um dos esquemas mais bizarros já vistos no futebol, com três volantes de marcação e três atacantes. Virou motivo de chacota até entre os atletas.

Acontece que Juninho não admite, pelo menos publicamente, seu erro. “É uma opção” é o que diz quando perguntado se ainda pensa em montar o time como fez em João Pessoa. Porém, quando está entre os “patrões” da diretoria, o treinador já deixou claro que entendeu o recado. Contra o São Paulo, embora não saiba ainda quem escalar, já definiu que vai jogar com dois na criação (talvez Adrianinho e Samir) e dois no ataque (Régis e Dinélson).

E tome reza!

Sem Marcelo Ramos (dois meses fora), Rafael Silva (seis meses), Wilson machucado e Gil em péssima fase, a diretoria tenta contratar um atacante. O sonho era França, que não está bem na Alemanha. Porém, o salário do atleta (US$ 180 mil/mês) impede o negócio. “Tá tão difícil que nenhum empresário me ligou oferecendo jogador”, revelou ontem o diretor-técnico, Roberto Rivellino.

continua após a publicidade

continua após a publicidade