Brinco de Ouro recebe três propostas em leilão, mas definição fica para o dia 30

Único campeão brasileiro do Interior do Brasil, em 1978, o Guarani está prestes a entrar para a história do futebol nacional de outra forma: como primeiro clube de tradição no cenário nacional a perder seu estádio num leilão para saldar dívidas trabalhistas, com tributos e com fornecedores. Em leilão realizado nesta quarta-feira, no Fórum Trabalhista de Campinas, por determinação da juíza Ana Claudia Torres Vianna, o Estádio Brinco de Ouro da Princesa, sede do clube, recebeu três propostas de arrematação. Elas agora serão analisadas por magistrados no dia 30 de março. As receitas do clube, mesmo pequenas, segundo seus dirigentes, estão penhoradas em 30%.

Três grupos imobiliários apresentaram lances: a MMG Consultoria, a Lances Negócios Imobiliários e o grupo de empresas Barbizan Empreendimentos Imobiliários Ltda – ME, Gold Business Empreendimentos Imobiliários e Consultoria Ltda e Florenza Empreendimentos Imobiliários Ltda.

A Justiça do Trabalho busca a solução para o pagamento das dívidas do clube, que somam em torno de R$ 70 milhões, abarcando cerca de 300 processos em fase de execução, reunidos em um único processo piloto no Núcleo de Gestão de Processos em Execução da Circunscrição de Campinas do TRT da 15ª. Além das ações em execução, há muitos outros processos na fase de conhecimento tramitando em diversas Varas do Trabalho do FT. A estimativa da dívida total do Guarani com a Justiça do Trabalho é de R$ 100 milhões.

OS LANCES – No pregão a cargo da Lance Judicial, a MMG apresentou inicialmente uma proposta no valor de R$ 57.142.857,14, condicionada a cláusulas específicas, entre elas, a quitação de toda a dívida trabalhista do clube, incluída ou não nos autos até a presente data, além das dívidas fiscais e da baixa das penhoras.

O grupo Barbizan, Gold Business e Florenza ofereceu, a princípio, R$ 45 milhões, com o pagamento de 30% à vista e o restante em seis parcelas fixas, condicionando a proposta, entre outros itens, à aprovação, pela prefeitura, de projeto de empreendimento futuro.

A terceira proposta, apresentada pela Lances Negócios Imobiliários, de arrematação por R$ 60 milhões – em 24 parcelas fixas e sucessivas no valor de R$ 2,5 milhões e sem cláusulas condicionantes -, provocou aditamentos. O grupo Barbizan ofereceu R$ 70 milhões em 120 parcelas fixas mensais e subiu para R$ 75 milhões, diante da proposta reformulada pela Lance Negócios no valor de R$ 65 milhões, porém mantendo as cláusulas condicionantes.

Por fim, o representante da MMG Consultoria formalizou, de próprio punho, uma nova oferta, retirando suas condicionantes e mantendo a proposta de R$ 57.142.857,14, sendo que R$ 46.672.500,00 pagos à vista, valor este já depositado e à disposição da

Justiça do Trabalho. O saldo restante, R$ 13.327.500,00, seriam pagos em 60 parcelas fixas, sucessivas e mensais, no valor de R$ 222.125,00 cada. A primeira delas com pagamento previsto para 18 de agosto de 2015. Como condição, a MMG solicita que o

grupo deixe de responder solidariamente pelas dívidas trabalhistas do clube. Esta decisão foi determinada pela juíza Ana Cláudia em seu despacho, após audiência pública realizada no último dia 3 de fevereiro.

PREFEITO CONVOCADO – A juíza Ana Claudia externou grande preocupação com os trabalhadores que aguardam o pagamento de seus créditos, pois os valores oferecidos no leilão não saldam a dívida. A magistrada também formalizou convite ao prefeito de Campinas, Jonas Donizette, para comparecer ao encontro, uma vez que o município fez doação de terrenos ao Guarani e um possível empreendimento imobiliário no local envolve questões de zoneamento urbano. “Sua participação é fundamental para auxiliar no diálogo e sinalizar formas para resolver a questão no âmbito administrativo”, ressaltou a juíza Ana Claudia.

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