Nürburgring – Nunca uma disputa de sétimo lugar rendeu tanto. Reclamações, justificativas, panos quentes e, agora, uma declaração que pode ter conseqüências inesperadas para Rubens Barrichello. O brasileiro, ainda inconformado com a ultrapassagem que levou de Michael Schumacher na última volta do GP de Mônaco, decidiu que o alemão não é mais seu companheiro de equipe, no sentido pleno da expressão.
?Para mim, na pista, será como qualquer outro?, foi o que disse aos jornalistas italianos, que compraram a crise com prazer. O principal diário esportivo do país, La Gazzetta dello Sport, estampou em manchete que o ?divórcio está à vista? entre o piloto e a Ferrari. O contrato entre ambos termina apenas no fim do ano que vem, mas na Itália a aposta é que Rubens sai antes.
O dado relevante, aí, é que o jornal pertence à Fiat, grupo que é dono da Ferrari. Além de bem informado, é influente. A crise de relacionamento está exposta, mas mesmo assim o time procura minimizá-la. ?É um problema menor. Tudo que tenho de fazer é garantir que eles se falem?, disse Jean Todt, diretor geral da equipe. ?E que os interesses da empresa não sejam prejudicados. Não houve acidente, ninguém bateu em ninguém, então o assunto está encerrado.?
É claro que uma troca de guarda na Ferrari, ainda mais motivada por queixas públicas de um piloto, desperta imediatamente rumores de todos os tipos. A avaliação da imprensa européia é de que Barrichello só chutaria o balde, como fez depois de Monte Carlo, se já tivesse algo amarrado para o futuro.
O exercício especulativo do momento aponta que ele poderia encerrar seu contrato um ano antes para correr na BAR, que terá uma vaga de ponta no ano que vem com a saída de Jenson Button para a Williams. Contribui para a boataria o fato de que a BAR hoje é chefiada por um brasileiro que goza de íntima amizade com Rubens, o ex-piloto Gil de Ferran.
Já a Ferrari, em 2006, poderia contratar, pasmem, David Coulthard. Ele se dá bem com Schumacher, assinaria por um ano facilmente, e participaria do momento de transição do time de Maranello, que em 2007 espera alinhar, se Michael parar, Kimi Raikkonen ou Fernando Alonso com algum piloto de menor expressão, que poderia ser Felipe Massa.
Treinos
O grid de largada sai hoje em sessão única, a partir das 8h. É a estréia do quinto formato de classificações em quatro anos. Até a prova passada, em Mônaco, o grid vinha sendo definido, nesta temporada, com a soma de tempos de dois treinos, um no sábado e outro no domingo de manhã. A corrida de Nürburgring terá 60 voltas e largada, amanhã, às 9h de Brasília.
