São Paulo – Foi o assunto do dia, ontem, para quem acompanhou o GP do Brasil, domingo em Interlagos: a Ferrari e Rubens Barrichello teriam errado ao não entrar no box junto com o vencedor Juan Pablo Montoya, na 5.ª volta, para a troca dos pneus intermediários para os de pista seca? E esse erro lhe teria custado a vitória? Os números respondem que não.

A maior responsabilidade por ter sido terceiro colocado recai sobre os seus pneus Bridgestone para pista seca no asfalto ainda um pouco molhado, menos eficientes que os Michelin, de Montoya, nessa condição.

Rubinho parou na sexta volta, Montoya, na quinta. A segunda parada de Rubinho foi na 27.ª volta, enquanto Montoya parou na 28.ª.

Podemos concluir, portanto, que ambos tinham volume semelhante de gasolina no tanque. Não foi mais ou menos combustível que fez Montoya ser mais veloz. Da 8.ª à 19.ª volta, 12 voltas, Rubinho perdeu tempo regularmente para Montoya. Nada menos de 4s390 na oitava volta, quando os pneus da Ferrari ainda estavam frios, e assim foi. Do tempo total que Montoya lhe impôs na bandeirada, 24s99, só entre a volta 8 e a 19.ª foram 12s942.

O restante, 11s157 (24s099 -12s942) pode, sim, ser atribuído em parte à volta a mais que completou com pneus intermediários, a quinta, afinal perdeu várias posições. De líder voltou em sexto. Mas não explicaria tudo: deve-se também ao tempo perdido atrás de Fernando Alonso e Ralf Schumacher, que estavam à sua frente, no instante em que o asfalto já estava seco e Rubinho era mais veloz que os dois.

Rubinho os ultrapassou na operação do último pit stop. Permaneceu na pista até a volta 49, diante da parada de Alonso na 47.ª e de Ralf na 48.ª. Essa volta completou em 1min11s887, sua terceira melhor da prova, e quando retornou à pista, depois da parada, estava em terceiro.

Mas a essa altura Montoya já havia se consolidado na liderança, abrindo boa vantagem sobre Rubinho.

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