Começa na próxima sexta-feira a mobilização do Comando Militar do Planalto para a segurança da Copa do Mundo em Brasília. O esquema conta com 3.900 homens e mulheres das Forças Armadas, que estarão de contingência em quartéis e em serviço em áreas estratégicas do Distrito Federal. O uso da tropa em manifestações ou tumultos de rua só ocorrerá em casos classificados de “situação de crise” e após autorização da presidente Dilma Rousseff, como estabelecido na Constituição.
O comandante de Defesa de Área em Brasília, o general de divisão Racine Bezerra Lima Filho, disse neste domingo que as Forças Armadas não estão focadas nos protestos. Segundo ele, o foco está no controle aéreo, em linhas de transmissão de energia, nos reservatórios de água e na segurança dos chefes de Estado. O trabalho de segurança é integrado ainda pela Polícia Militar do Distrito Federal (que continua responsável pela segurança pública), pela Polícia Federal (que fará a escolta das seleções) e pela Polícia Rodoviária Federal. “Não temos preocupação com manifestações. A nossa preocupação é com a lei e a ordem”, disse o general. “Só em último caso, em situação de crise, seriam empregados os recursos das Forças Armadas.”
Nesta segunda, 30 homens das Forças Armadas e representantes da Comissão Nacional de Energia Nuclear, da Polícia Militar e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal realizam, a partir das 15 horas, um exercício de combate ao terrorismo na área do Estádio Mané Garrincha, que no dia 15 recebe a sua primeira partida no Mundial: Suíça x Equador.
Para a segurança de uma delegação de chefe de Estado, o general Lima Filho estimou que serão usados cerca de 250 homens nos deslocamentos do Aeroporto Juscelino Kubitschek e da Base Aérea para os setores de hotéis. É o mesmo número dos que trabalharão na escolta das seleções. “Usando um jargão do futebol, demos um pontapé inicial”, afirmou Lima Filho. “Se não aparecermos durante o evento, teremos cumprido nossa missão.”
SEMPRE ALERTA – Dois dias antes de um jogo, no dia da partida e um dia depois, as Forças Armadas estarão de vigilância 24 horas. Isso ocorrerá nos jogos da primeira fase na capital – Suíça x Equador, Colômbia x Costa do Marfim, Brasil x Camarões e Portugal x Gana. O mesmo procedimento será adotado nas oitavas e quartas de final e nas partidas de disputa do terceiro lugar.
Só no Setor Militar Urbano, sede do Comando do Planalto, a poucos quilômetros da arena, ficarão de prontidão 2.800 homens. Uma boa parte foi trazida de organizações das Forças Armadas de Estado do Centro-Oeste. O emprego da tropa será gradual e de acordo com as demandas de segurança. O comando contará com um total de 350 veículos e 204 cavalos.
No mês passado, o governo federal estimou um gasto total de R$ 1,9 bilhão na segurança da Copa nas 12 sedes – R$ 1,2 bilhão para despesas do Ministério da Defesa e R$ 700 milhões para o Ministério da Justiça.
Na manhã deste domingo, parte do pessoal de cavalaria, tropa especial e defesa química, biológica, radiológica e nuclear participaram de um “Apronto Operacional” (espécie de avaliação) na Avenida do Exército, onde ocorrem desfiles militares.
