Os corredores brasileiros que vão participar neste sábado da 87ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre terão uma motivação extra. Caso um deles consiga vencer a tradicional prova, que fecha o calendário de competições esportivas do ano, o País vai igualar o Quênia como maior vencedor da história da fase internacional da corrida, iniciada em 1945.
Os atletas quenianos já triunfaram 12 vezes na versão masculina da São Silvestre, que começará às 17h30, uma a mais do que os brasileiros. Campeão da prova em 2003, 2005 e 2010, Marílson Gomes do Santos é a maior esperança do atletismo do País para igualar a marca do Quênia.
“O Quênia tem corredores de ponta e são favoritos em todas as corridas pelo mundo. Dessa vez não será diferente. Chegar próximos deles e até vencer é um motivo de orgulho para os brasileiros, que sempre rivalizam de igual para igual com os africanos”, disse Marílson.
Damião Ancelmo espera uma disputa acirrada com os atletas africanos, mas aposta no fator casa para que algum atleta brasileiro triunfe. “Os africanos corem muito e espero fazer valer o fator casa para ultrapassar na reta final. A descida deve transformar a corrida em uma prova rápida”, comentou Damião.
O queniano Martin Lel, que já venceu três vezes a Maratona de Londres, é o principal favorito entre os 21 estrangeiros que vão competir na São Silvestre. Para ele, correr em casa pode ajudar os brasileiros. “O Brasil evoluiu tecnicamente e, mesmo com nossa equipe completa, é difícil de derrotar os corredores quando competem em casa”, disse.
Além de Lel, os outros quenianos que vão tentar manter a supremacia do país na prova masculina da São Silvestre são Duncan Kibet, Mathew Kisorio, Barnabas Kiplagat Kosgei e Mark Korir. Já Tariku Bekele tentará faturar o terceiro títulos para a Etiópia.
MULHERES – Na versão feminina da São Silvestre, o domínio do Quênia é maior, com oito vitórias, contra sete das portuguesas e cinco das brasileiras. Lucélia Peres, que foi a última atleta do País a vencer a prova, em 2006, admite o favoritismo das quenianas. “Hoje a vantagem é das quenianas, mas é notória a aproximação das brasileiras, que rivalizam cada vez mais com as africanas”, disse Lucélia Peres.
Eunice Kirwa, Prisca Jeptoo e Nancy Kiprop são as quenianas que vão competir no sábado na prova, com largada prevista para as 17h10. Além delas, a África também tem outras favoritas, como a etíope Yime Wude Ayalew, campeã da São Silvestre de 2008, e a marroquina Samira Raif.
Cruz Nonata, que ficou em quarto lugar na São Silvestre de 2010, admitiu que será difícil para ela, Lucélia Peres e Adriana Aparecida da Silva, medalha de ouro na maratona do Pan de Guadalajara, superarem as africanas. “A prova é bem rápida e as brasileiras precisam aumentar a passada para não para não deixar as favoritas escaparem. Será um sonho vencer a São Silvestre e vou fazer de tudo para fechar o ano em grande estilo”, disse.