Brasileiros mostram que são bons de porrada

“O Brasil contra o resto do mundo”, foi assim que o lutador Rodrigo Minotauro descreveu, antes do evento, o histórico UFC Rio, que aconteceu sábado, na HSBC Arena, no Rio de Janeiro. E foi assim que o público encarou, como uma partida do Brasil em Copa do Mundo. Cantou, vibrou, xingou, vaiou, empurrou os lutadores brasileiros que “golearam” os gringos no somatório dos confrontos. Sete a um, com direito a três knockouts contundentes nas três principais lutas da noite, do próprio Minotauro e dos curitibanos Anderson Silva e Maurício Shogun.

A festa já começou no card preliminar, com 100% de aproveitamento nos três confrontos entre brasileiros e estrangeiros. No primeiro, David Mitchell escolheu o hino dos Estados Unidos para subir ao octógono. Provocou a torcida, que cantou o tema de Tropa de Elite na entrada de Paulo Thiago e empurrou o brasileiro pra vitória por pontos.

Na sequência, Rousimar Toquinho marcou o segundo ponto para o Brasil contra o americano Dan Miller. Fechando o card preliminar, Thiago Tavares fez 3×0 com um nocaute técnico sobre o americano Spencer Fischer. No card principal, a coisa não começou bem. Mesmo quebrando o nariz do adversário, Luiz Banha foi nocauteado pelo búlgaro Stanislav Nedkov, frustrando a galera. Mas, logo em seguida, a arena veio abaixo com Minotauro. Tida como a luta mais difícil das três principais para os brasileiros, Minotauro surpreendeu o adversário. Sem conseguir impor seu jogo de chão, o brasileiro nocauteou Brendan Schaub aos três minutos do primeiro round. “O campeão voltou”, gritou a galera.

Três vitórias brazucas

Na terceira luta, Edson Barbosa fez uma disputa bastante técnica com o inglês Ross Pearson, vencendo por decisão dividida. A luta foi escolhida pela organização como a melhor da noite (US$ 100 mil a mais na conta do brasileiro). A arena voltou abaixo na penúltima luta, o curitibano Maurício Shogun subiu ao octógono para a revanche contra Forrest Griffin e partiu para cima, derrubou o americano e só parou de bater quando o árbitro interrompeu. “Minha pátria é minha motivação. Luto pelos meus fãs e sei que eles estão aqui”, declarou na coletiva após a luta.

Na luta da noite, estava em jogo muito mais que o cinturão dos médios. Era quase que questão pessoal para Anderson Silva derrotar o japonês Yushin Okami, para apagar da memória sua última derrota, em 2006, por desclassificação ao acertar um golpe ilegal no japonês. E o brasileiro deixou bem claro que era pessoal. Humilhou o japonês, baixou a guarda, dançou, derrubou e deixou levantar, até acabar com a luta aos dois minutos do segundo round.

Na coletiva de imprensa, o presidente do UFC, Dana White, exaltou o público brasileiro. “Estou há 10 anos organizando eventos ao redor do mundo, e, sem dúvidas, o Brasil tem a torcida mais barulhenta”, disse. “Com certeza voltaremos”, completou. Mas quem mais chamou a atenção durante a coletiva foi Forrest Griffin, o único derrotado que deu as caras na sala de imprensa. Marcado pela torcida por ter criticado o Brasil e declarado que não gostaria de ter saído dos Estados Unidos para lutar, Griffin, demonstrou muito bom humor ao dizer que não usaria isso com desculpa, “embora adoraria ter um desculpa” e arrancou gargalhadas ao interromper a pergunta para Anderson Silva sobre quem seria o próximo adversário do campeão dos médios. “O próximo desafio para ele é enfrentar dois caras ao mesmo tempo”, brincou. Anderson, mostrando sua autoconfiança repetiu que seu sonho era lutar com seu clone.

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