São Paulo (SP)
– Depois de fazer de 2003 o melhor ano da sua carreira, com a conquista de duas medalhas no Pan-Americano de Santo Domingo e o título da Corrida de São Silvestre, o fundista Marilson Gomes dos Santos, da equipe Pão de Açúcar/Clube de Atletismo BM&F, vai tentar uma façanha neste domingo. Em Paris, na França, logo em sua primeira participação em uma maratona, Marilson vai tentar o índice olímpico da modalidade, que é de 2h15min. A prova tem largada prevista para as 3h45 (horário de Brasília) e vai passar por alguns dos pontos turísticos mais visitados do mundo.Além de completar o percurso de 42.195 metros abaixo do índice exigido pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF), Marilson precisa fazer uma marca inferior a dos outros cinco brasileiros que já atingiram o índice: André Luiz Ramos (2h09min58seg), Vanderlei Cordeiro de Lima (2h10min38seg), Otávio dos Santos Pinheiro (2h12min24seg), Willian Gomes Amorim (2h14min42seg) e Alex Januário de Mendonça (2h14min46seg). O Brasil tem direito a três vagas na competição grega.
“Tenho consciência de que treinei bem, mas vou precisar contar com a sorte também”, confessou o fundista, de 26 anos. “É minha primeira maratona e o objetivo principal não é vencer, mas sim conseguir o índice. Sei que o percurso é bom e a prova é bastante rápida, tanto que os primeiros colocados do ano passado correram abaixo de 2h07min”, disse. Em 2003, o queniano Mike Rotich venceu a Maratona de Paris em 2h06min33seg.
Apesar de nunca ter disputado uma maratona, Marilson realizou nos últimos meses diversos treinamentos em longas distâncias para se adaptar ao ritmo que terá de encarar na França, uma vez que a especialidade do brasiliense sempre foi a prova dos 10 mil metros. “Mas o treino é totalmente diferente da prova, que é sempre mais forte e com ritmo mais intenso”, admitiu.
Marilson embarcou para a capital francesa na terça-feira, acompanhado da mulher Juliana, também atleta, e do técnico Adauto Domingues. Segundo o treinador, a escolha da Maratona de Paris para a busca do índice olímpico foi baseada em vários aspectos. “O percurso é plano, a prova não é tão badalada quanto a Maratona de Londres e, o mais importante, o grupo de ponta não está muito além das condições do Marilson. Nossa pretensão não é vencer, mas sim conseguir o índice olímpico”, explicou o bicampeão pan-americano dos 3.000 metros com obstáculos, ratificando a opinião de seu atleta.
Também como preparação para a maratona deste domingo, Marilson disputou duas provas de 10 km em 2004: foi sexto na Corrida de San Fernando, no Uruguai, e sétimo na World?s Best, em Porto Rico. Segundo Adauto Domingues, a falta de experiência de Marilson na nova modalidade pode pesar, mas a confiança no desempenho de seu pupilo é grande.
“Numa escala de 0 a 10, ele está com 9,5 em termos de preparação. O objetivo é completar a prova entre 2h09min e 2h10min. Falta experiência para o Marilson em maratonas, mas isso não quer dizer que ele esteja fora da briga. Até o momento, a adaptação dele foi muito boa”, afirmou.
Além de Marilson, Rômulo Wagner da Silva, vice-campeão da São Silvestre 2003, e José Telles serão os outros brasileiros em busca do índice olímpico na Maratona de Paris.
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