Paris – O tenista brasileiro Pedro Braga, de 28 anos, muito pouco conhecido no circuito, foi punido pela Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) com a pena máxima de dois anos de suspensão e devolução de prêmios em dinheiro, por uso de estanozolol, esteróide anabolizante. A dura punição para um jogador de pouca fama, e quase sem recursos financeiros, é intrigante. O controle antidoping do tênis mundial beira o infame. Casos recentes deixam claro este hábito da ATP de desonra às regras. O mais ruidoso deles foi o do inglês Greg Rusedski, que foi inocentado, embora tenha sido provado o seu uso de substâncias proibidas.

Com o suporte de bons advogados, Rusedski não só pôde continuar jogando, como também calou a ATP ao ameaçar divulgar nomes de outros 43 tenistas que teriam também consumido substâncias proibidas, fornecidas pelos fisioterapeutas da entidade.

No caso de Pedro Braga não se sabe como teria ingerido a droga. O tenista ao tomar conhecimento da notícia, ontem pela manhã, ao telefone, mostrou-se surpreso. Não sabia o que dizer e meio desorientado preferiu não fazer declarações.

A ATP não teria informado diretamente o tenista brasileiro. Divulgou em seu boletim oficial, o International Tennis Weekly, que em 7 de setembro do ano passado, Pedro Braga teve teste positivo de estanozolol, em jogo da primeira rodada do qualifying do Brasil Open de 2003.

A decisão pela suspensão foi tomada depois de um comitê formado pelo professor Richar McLaren, do Canadá; pelo Dr. Gary Wadler, dos Estados Unidos; e o professor Arturo Marti, de Porto Rico, terem concluido em um ‘conference call’ que o tenista ofendeu as regras de doping. Recebeu dois anos de punição, só poderá voltar às quadras em 25 de maio de 2006, o que é improvável para um jogador de 28 anos e número 435 do ranking. Além disso, teria de devolver prêmios em dinheiro, num valor total de US$ 7 mil.

O mais curioso é que Pedro Braga voltou a jogar o Brasil Open deste ano, disputado em fevereiro, também na Costa do Sauípe. Entrou na competição como wild card – convidado da organização, por ter vencido uma seletiva – e caiu na primeira rodada diante do peruano Luiz Horna.

No lado feminino, em que a WTA faz o mesmo papel da ATP para as mulheres, a situação é bem parecida com agravantes. Enquanto no masculino, jogadores são chamados de surpresa – fora de competições – para exames antidoping, no caso das grandes estrelas do feminino, essa exigência não é aceita. Só passam por testes em torneios.

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