São Paulo – A 82.ª edição da Corrida Internacional de São Silvestre será a prova dos desconhecidos, de jovens atletas como o mineiro Franck Caldeira e o queniano Mathew Cheboi, ambos com 23 anos, em busca de espaço entre as estrelas do atletismo.

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Os organizadores chamam a prova de ?renovada?, com a presença de corredores da nova geração. Os técnicos definem a prova como ?esvaziada?, com premiação menor, sem cachê nem estrelas. A largada masculina será às 17 horas, na frente do Masp (com TVs Globo e Gazeta). A corrida feminina começa às 15h15.

Sobrou para Franck Caldeira – que vem fazendo uma boa temporada entre os corredores inscritos – o papel de favorito. O fundista nasceu em Sete Lagoas, Minas Gerais, e descobriu o atletismo por meio do irmão Paulo César, que corria. ?Fui de bicicleta para dar água a ele, como apoio, e acabei gostando.? A primeira vitória veio logo na primeira prova, os 10 km do Circuito Profeta, de Minas, aos 15 anos.

Nos últimos anos, soma vitórias importantes: Meia Maratona de São Paulo (2003 e 2004) e do Rio (2006), Maratona de São Paulo (2004) e o bicampeonato da Volta da Pampulha (2005 e 2006). Acha a marca de 1h03min26 da Meia Maratona do Rio, numa corrida sem rivais e com muito calor, o melhor resultado da carreira, além do 4.º lugar na Maratona de Milão, com 2h14. Mas ainda não tem um resultado internacional de expressão.

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São os resultados dos competidores inscritos na prova que determinam um nível técnico mais fraco este ano, na opinião dos técnicos. D?Angelo acha que Franck é a melhor aposta para esta São Silvestre, ?quase uma barbada?. O técnico Moacir Marconi, o Coquinho, aposta nos quenianos Mathew Cheboi e Kenneth Kosgei, treinados por ele. ?Acho que estarão no mesmo pelotão.?

José Telles de Souza, campeão da Maratona de São Paulo (2005), e outros fundistas que ficaram entre os 20 primeiros nos últimos cinco anos, são apontados pelos organizadores como destaque: José Eloy, Paulo Alves dos Santos, Eder Fialho, Wendel Cruz, Fernando Sílvio Santos e João Ferreira de Lima. Todos desconhecidos do grande público, assim como Franck.

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Dos 15 km do percurso, todos apontam os últimos 2 km, com a subida da Av. Brigadeiro Luís Antônio, como a pior parte de uma prova extenuante. Ninguém acredita na quebra do recorde do queniano Paul Tergat, de 43min12, de 1995. ?Creio que posso correr abaixo de 46 minutos, mas as últimas edições da São Silvestre têm mesmo sido mais lentas?, observa José Telles.

Na corrida feminina, a previsão é de equilíbrio. Também não estarão presentes as últimas vencedoras nem estrangeiras de ponta. Apesar disso, a corrida terá um bom grupo de brasileiras, com Márcia Narloch e Lucélia Peres, e as estrangeiras Bertha Sanches, da Colômbia, e Pamela Bundotich, do Quênia. O calor e a umidade de São Paulo podem ser os principais inimigos das atletas – a prova feminina é mais cedo. ?O calor é um fator que influencia muito, dificulta demais o nosso desempenho?, observa Lucélia, de 25 anos.

?Quem não sonha em vencer a São Silvestre? É uma prova que todo mundo quer ganhar?, afirma Márcia Narloch, de 36 anos, campeã pan-americana da maratona em São Domingos (2003). Márcia, que compete há 23 anos, disse que já correu dezenas de vezes a São Silvestre e tem apenas dois terceiros lugares. ?Falta esse título na minha carreira.? Apesar disso, aponta várias rivais entre as favoritas: Lucélia Peres, Marizete Rezende – que tenta a segunda vitória – , Marizete Moreira, Marily dos Santos e Sirlene Pinho.