Brasileirão tem um “matador” em cada lugar

Rio de Janeiro (Lancepress!) – Com mais da metade do Campeonato Brasileiro já disputada e a supremacia dos grandes clubes do eixo Rio-São Paulo sendo vez por outra abalada por Juventude, Coritiba e São Caetano, outro fator curioso vem chamando a atenção dos torcedores: a briga pela artilharia.

Desde 1990, quando Charles marcou 11 gols pelo Bahia, o Brasileirão não tem um artilheiro isolado que atue fora da região Sudeste. Em 2002, porém, tudo indica que pode ser diferente. Dos seis principais artilheiros, cinco jogam em outras regiões: Kléber (Atlético Paranaense), Rodrigo Fabri (Grêmio), Dimba (Gama), Jóbson (Paysandu) e André (Vitória). A exceção é Mancini (Atlético Mineiro).

– Falta este troféu na estante. Ano passado, eu fui o maior artilheiro do país (52), fui campeão brasileiro, mas perdi a artilharia para o Romário. Neste ano, quero as três coisas – afirmou Kléber, que divide a artilharia com Rodrigo Fabri, ambos com dez gols.

O atacante André, por sua vez, dá um chute na modéstia e garante que após 12 anos a artilharia isolada voltará para o futebol baiano. Ele, que deixou o futebol português para voltar ao Brasil no início do ano, diz que não há adversários à altura.

– Eu vou ser o artilheiro, podem anotar. E nenhum dos que estão disputando comigo vão longe. Já adianto até quem serão os vice-artilheiros: Romário, meu ídolo, e Guilherme, que é meu parceiro mas não é páreo para mim -prometeu André, que foi reserva de Guilherme no Atlético-MG.

Dimba já é mais modesto. O jogador do Gama diz que a artilharia não faz parte dos seus objetivos.

– O que eu gostaria de mostrar é que fora do Sudeste há clubes bem estruturados, como o Gama, que dão suporte para o jogador se destacar. O Botafogo, por exemplo, deve um ano e meio de salário. Aqui eu recebo sempre em dia. Está aí a diferença – alfinetou o jogador, herói do título carioca de 97, pelo Alvinegro.

Umas das revelações do Brasileirão de 96, em que marcou 11 gols e levou a Portuguesa ao vice-campeonato, Rodrigo Fabri espera conseguir no Grêmio (algoz da Lusa naquele ano) o que faltou ao time paulista.

– Ser campeão e artilheiro? Quem não quer? Prefiro o título, mas a artilharia seria ótimo também – riu.

No Paysandu, o meia Jóbson diz que vai correr por fora nesta briga mas alerta os adversários para tomarem cuidado.

Nunca tive vocação para ser artilheiro, mas se eles bobearem, eu estou aí, comendo pelas beiradas como o Paysandu – avisou.

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