As semifinais da Copa do Mundo, com Brasil, Alemanha, Argentina e Holanda, mostram que a camisa tem grande peso no futebol. No vôlei, não é diferente. Prova disso é que a seleção brasileira masculina fez valer sua tradição e, com uma evolução impressionante nas últimas três partidas, conseguiu uma improvável classificação à fase final da Liga Mundial. Neste domingo, o time de Bernardinho fez exatamente o que precisava: venceu a Itália por 3 sets a 1 em Milão, com parciais de 27/25, 18/25, 25/17 e 25/16.
A classificação, que parecia impossível há duas semanas, veio porque o Brasil conseguiu resultados improváveis nas suas últimas três partidas. No dia 22, fez 3 sets a 0 na segunda partida da rodada contra a Polônia, fora de casa. Depois, venceu a Itália duas vezes por 3 a 1, primeiro na quinta, em Bolonha, e agora em Milão.
Além disso, foi fundamental a ajuda do Irã. Surpresa dessa Liga Mundial, os iranianos venceram os dois jogos atrasados da segunda rodada contra a Polônia, em casa, na semana passada. Assim, deixaram o Brasil ainda vivo para os jogos na Itália.
A classificação para a fase final só veio, porém, porque a Itália estava no grupo. A fase final da Liga Mundial, que começa dia 16, será em Florença. Como dona da casa, a Itália jogou a primeira fase como “café com leite”. Ficando em primeiro ou em último do Grupo A, estaria entre os seis da fase final de qualquer forma.
Por causa disso, classificaram-se os três primeiros do Grupo A: Irã e Itália, empatados com 19 pontos, e o Brasil, com 17. Os poloneses também somaram 17 pontos depois de vencer os dois jogos em casa contra o Irã, sexta e sábado, mas ficaram atrás nos sets average, que é a divisão do número de sets vencidos pelos perdidos. O Brasil conseguiu um 23/24 enquanto a Polônia ficou com 21/23.
Mas, no vôlei, a vitória por 3 sets a 2 vale apenas dois pontos (o vencedor fica com um). Por isso, o Brasil precisava não apenas vencer em Milão, como não poderia entregar dois sets. A equipe brasileira sofreu na primeira parcial, mas venceu apertado, por 27/25. No segundo, não conseguiu marcar o ótimo Zaytsev e perdeu por 25/18.
Assim, passou a precisar obrigatoriamente vencer os dois sets seguintes. No terceiro, com o levantador Bruno muito bem na distribuição, fez 25/17. Depois, ainda pressionado, o time brasileiro confiou em Lucarelli e foi recompensado. Marcando bem Zaytsev e sacando forte, tirando o passe das mãos de Travica, o Brasil fez 25/16 para garantir classificação para a fase final.
O resultado também é uma ducha de água fria para os italianos, que não tiveram nenhuma vergonha de poupar os titulares na Polônia e no Irã, perdendo os quatro jogos fora de casa pelas quarta e quinta rodadas. Queriam, assim, tirar o Brasil da competição e devolver o corpo mole brasileiro do Mundial de 2010. Só que a Itália chegou à última rodada, neste fim de semana, sem ritmo de jogo. Afinal, desde 8 de junho a equipe não atuava com força máxima.