Após 15 anos dependendo de apenas três atletas, os saltos ornamentais do Brasil começam a passar por transformação visando os Jogos Olímpicos do Rio, em 2016. Nascido em 1999, quando Juliana Veloso, Hugo Parisi e César Castro já dominavam as competições nacionais, Isaac Souza será um dos 11 representantes do Brasil no Mundial de Desportos Aquáticos, em Kazan (Rússia), em agosto.
A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) havia definido os índices necessários para convocação em cada prova, mas só três atletas conseguiram as marcas mínimas durante os quatro dias do Troféu Brasil, encerrado domingo em Brasília. A confederação, porém, resolveu estender a convocação, de forma que o Brasil terá dois atletas por prova em Kazan, além de uma dupla por disputa sincronizada. Em resumo, vai com delegação máxima.
Desde os Jogos Olímpicos de Barcelona, o Brasil só teve quatro atletas olímpicos nos saltos ornamentais: Cassius Duran (de 2000 a 2008), Juliana Veloso (de 2000 a 2012), Hugo Parisi e Cesar Castro (ambos de 2004 a 2012). Isaac já vinha sendo apontado como grande nome da geração que se preparava para o Rio, mas chegou a se afastar do esporte, em 2013, traumatizado com as exigências da comissão técnica, comandada por uma chinesa, durante um intercâmbio da seleção na China, em 2013.
Revelado pela APOE, Isaac agora compete pelo Tijuca Tênis Clube, também do Rio. No Troféu Brasil, somou 408,55 pontos na plataforma (de 10 metros), ficando a 5,70 pontos do índice. A vitória na prova ficou com Hugo Parisi, de 31 anos, com 426,70 pontos.
Por conta da restrição no número de credenciais para o Pan, a CBDA optou por utilizar a competição como prévia olímpica. O Brasil tem vaga garantida, no Rio, nas quatro provas sincronizadas. Assim, vão a Toronto as melhores duplas do País em cada uma dessas provas. Os mesmos atletas vão participar também das disputas individuais.
A única exceção é no trampolim (3 metros). César Castro não deve competir no sincronizado no Rio, mas vai se apresentar em Toronto ao lado de Ian Matos. No Mundial, Ian terá como parceiro Luiz Felipe Outerelo.
Rumo à quinta Olimpíada, Juliana Veloso perdeu o título do Troféu Brasil para Luana Lira, mas foi escolhida para ir ao Pan junto com sua parceira no salto sincronizado, Tammy Galera. Luana vai só ao Mundial. Ingrid Oliveira (19 anos) e Giovanna Pedroso (16), revelações da plataforma, formam a dupla brasileira no Pan e no Mundial.
Assim, o Brasil vai ao Pan com: César Castro, Ian Matos, Hugo Parisi, Jackson Rondinelli, Juliana Veloso, Tammy Galera, Ingrid Oliveira e Giovanna Pedroso. No Mundial, o time ganha os reforços de Isaac Souza, Luiz Felipe Outerelo e Luana Lira.