Brasil terá recorde de vagas olímpicas nos saltos ornamentais

Ainda que não tivesse recebido convite para as provas sincronizadas, o Brasil teria garantido um recorde de atletas nas provas de saltos ornamentais nos Jogos Olímpicos. Com o encerramento da Copa do Mundo, equivalente ao Mundial da modalidade, e que valeu como evento-teste, o País classificou oficialmente três saltadores para o Rio-2016. Outras duas vagas estão encaminhadas, mas só serão consideradas asseguradas após o remanejamento que será feito pela Federação Internacional de Natação (Fina) até junho.

César Castro, Juliana Veloso (ambos no trampolim de 3m) e Hugo Parisi (plataforma de 10m), os três grandes nomes da modalidade no País, garantiram vaga nas respectivas provas ao Brasil. Os dois primeiros atingiram também o índice estipulado pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e têm a garantia de que vão usufruir da classificação.

Além disso, o 23.º lugar de Isaac Souza e a 24.ª colocação de Ingrid Oliveira, ambos na plataforma, devem abrir mais duas vagas ao Brasil na Olimpíada pela chamada “repescagem”. Parisi mesmo é um exemplo. Se ele competir tanto na prova individual quanto na sincronizada, uma credencial é aberta e vai para o 19.º colocado da Copa do Mundo. Isso costuma acontecer aos montes. Em 2012, pelo mesmo sistema, até o 30.º colocado na Copa do Mundo se classificou para a Olimpíada.

“O Brasil foi muito bem com três vagas, conquistadas pelos atletas mais experientes, e com boas chances de conquistar mais duas vagas. Temos que aguardar, mas essas três vagas entre os 18 já é algo acima do que já conquistamos. E os atletas jovens mostraram bastante caráter na competição, não se intimidaram”, elogiou Ricardo Moreira, coordenador da modalidade na CBDA.

A confirmação destas vagas restantes virá apenas em junho. Só aí a CBDA poderá comemorar a classificação de cinco saltadores para a Olimpíada, um recorde para o Brasil. Tanto em Atenas-2004 quanto em Pequim-2008, o País foi representado por quatro atletas: César, Juliana, Hugo e Cassius Duran. Este último já não esteve em Londres-2012 e atualmente trabalha no COB. Desde Barcelona, em 1992, aliás, nenhum saltador brasileiro que não esses quatro disputa uma Olimpíada.

Se César e Juliana já estão garantidos no Rio-2016, os representantes do País nas provas de plataforma ainda estão indefinidos e serão apontados apenas no Troféu Brasil, de 19 a 22 de maio, em Brasília. Hugo, Giovana e Isaac largam na frente e quem quiser ultrapassá-los precisa de um resultado 5% superior.

Na Taça Brasil, no fim do ano passado, Ingrid foi 30 pontos superior a sua colega na plataforma sincronizada, Giovanna Pedroso, mas Isaac foi superado por Jackson Rondinelli por margem de sete pontos – Parisi não competiu. Assim, Jackson, que não disputou a plataforma individual na Copa do Mundo, ainda tem chances de estar nessa prova no Rio-2016.

Nas provas sincronizadas, nenhuma dupla ainda está garantida. Mas na Taça Brasil houve alguma folga de Juliana Veloso/Tammy Galera (trampolim), Ingrid Oliveira/Giovanna Pedroso e Hugo Parisi/Jackson Rondinelli. Luiz Felipe Outerelo/Ian Matos venceu Jackson Rondinelli/César Castro por margem menor.

ENCERRAMENTO – Durou apenas um salto a participação do Brasil no último dia da Copa do Mundo de Saltos Ornamentais, nesta quarta-feira. Hugo Parisi fez apenas um salto na semifinal da plataforma antes de abandonar a disputa alegando forte dores nas costas.

Parisi foi ao Parque Aquático Maria Lenk, na Barra, zona oeste do Rio, sabendo que daria só um salto. Se ele abdicasse de participar da semifinal, um reserva seria convocado e ficaria oficialmente no 18.º lugar da Copa do Mundo. Parisi cairia para a 19.ª colocação, fora da zona de classificação para os Jogos.

“Foi difícil sair dessa prova, mas foi o mais prudente porque a gente tem sonhos muito mais altos que participar desta competição sem condição de competir com os melhores”, contou Parisi, que explicou que tem uma protusão discal há 10 anos. Segundo ele, as crises temporárias surgem de vez e quando. Agora não está sendo assim.

“A diferença dos últimos anos é que, quando eu entro em crise, demora mais para passar. A parte física realmente não funciona como se eu tivesse 20 anos. Mas não é nada grave, daqui a pouco eu já estou bem. É uma lesão momentânea. E é tão normal que consigo saltar com essa lesão já tem bastante tempo. A partir do momento em que as costas não me incomodarem mais, o que deve ser coisa de um mês, aí eu vou conseguir saltar no nível dos melhores daqui”, aposta ele.

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