Brasil tenta evitar surpresa contra Gana

Dortmund – As zebras ficaram presas na Copa e até agora não atazanaram a vida dos times tradicionais. Depois que Equador e Austrália voltaram para casa, resta apenas Gana para honrar a história de surpresas na competição. Por extensão, recai sobre o Brasil a responsabilidade de não se transformar na única, e enorme, vítima de equipe sem tradição.

Com a missão de confirmar favoritismo e manter-se na rota do sexto título, os atuais campeões do mundo voltam a pisar o gramado do estádio de Dortmund, hoje (12h em Brasília), no último dia das oitavas-de-final. Se passarem, enfrentam no sábado o ganhador do duelo que França e Espanha fazem às 16h (de Brasília) em Hannover.

A velha conversa de que cautela e canja de galinha não fazem mal a ninguém foi relembrada na seleção, a partir do momento em que o cruzamento das chaves indicou os africanos como primeiros rivais a serem superados na fase de eliminação direta.

Carlos Alberto Parreira tem insistido em elogiar o adversário que dirigiu no final dos anos 60, quando dava os primeiros passos como treinador, e voltou a recorrer à tática do mistério e deixar para anunciar a equipe somente na hora do jogo, como ocorreu antes do pega com o Japão.

?Não é mistério?, desconversou. ?Trata-se de prerrogativa que tenho e pretendo usá-la?, anunciou ontem, depois de mais uma sessão de treino tático,do qual não participouapenas Robinho, afastado por contusão e maior desfalque do grupo.

Suspense

Parreira driblou as perguntas a respeito da escalação com a mesma agilidade com que Ronaldinho Gaúcho deixa zagueiros para trás. Mesmo assim, garantiu que os atletas dormiriam informados a respeito de quem vai entrar em campo.

Os protagonistas do jogo pelo menos não terão pesadelos, em que o banco aparece com recorrência. Os 11 que começam a partida iriam para a cama já com o uniforme passado e dobrado. Não há muito o que mudar – e Parreira é enfático nesse aspecto. ?Diretrizes diferentes a cada jogo não levam a nada?, garantiu, na mesma linha do que tem dito desde a etapa de preparação em Weggis. ?A estrutura está montada, temos uma linha a seguir?, avisou. ?Podemos fazer adaptações, mas quem deve adequar-se ao nosso jogo são os adversários e não o Brasil.?

Hipóteses

Tudo pode ser conversa fiada, tentativa de despistar. Mas, ao não abrir o jogo, Parreira deixa caminho livre para interpretações. Há três hipóteses aceitáveis. Na primeira, voltam aqueles poupados contra os japoneses – Cafu, Roberto Carlos, Emerson, Zé Roberto e Adriano. Na segunda, Gilberto Silva entra no lugar de Emerson, pois agradou demais e deu estabilidade ao meio-campo. Na terceira, Juninho Pernambucano entraria no meio, Ronaldinho Gaúcho ficaria mais adiantado e Adriano assistiria sentado a mais uma apresentação.

COPA 2006
Árbitro: Lubos Michel (Eslováquia).
Local: Westfalenstadion, em Dortmund.
Horário: 12h (de Brasília).

OITAVAS-DE-FINAL

Brasil
Dida; Cafu, Lúcio, Juan e Roberto Carlos; Gilberto Silva (Emerson), Zé Roberto, Kaká e Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo e Adriano (Juninho Pernambucano). Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Gana
Kingston; Pantsil, Mensah, Shilla e Mohammed; Boateng, Muntari, Eric Addo (Draman) e Appiah; Asamoah Gyan e Pimpong. Técnico: Ratomir Dujkovic.

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