A notícia da fratura na terceira vértebra lombar de Neymar, que deixa o atacante fora da última e decisiva semana da Copa do Mundo, provoca quase tanta comoção como uma eventual eliminação da seleção brasileira no torneio. Mas esta não foi a primeira vez que a equipe fica seu principal jogador durante a competição. E em uma oportunidade conseguiu superá-la para conquistar o título mundial.
Isso aconteceu em 1962, na conquista do bicampeonato, quando Pelé se contundiu no empate por 0 a 0 com a Checoslováquia, a segunda partida do Brasil naquela Copa. O Rei do Futebol, então, foi substituído por Amarildo, que brilhou no jogo seguinte, a vitória por 2 a 1 sobre a Espanha, quando marcou dois gols.
No restante da campanha, o atacante, escolhido pelo técnico Aymoré Moreira para ficar com a vaga de Pelé, não foi tão espetacular, mas voltou a deixar a sua marca na decisão, a vitória por 3 a 1 sobre a Checoslováquia, ao fazer o primeiro gol brasileiro. E quem brilhou mesmo na conquista foi Garrincha.
Em 1986, a seleção chegou ao México com Zico contundido. O craque, então, ficou fora das duas primeiras partidas do Brasil na Copa. E, nos jogos seguintes, diante de Irlanda do Norte, Polônia e França, entrou durante o segundo tempo. Contra os franceses, aliás, desperdiçou um pênalti, viu o time ser batido na disputa de cobranças e acabou sendo apontado como um dos vilões da queda da seleção.
Já em 1998, horas antes da decisão contra a França, Ronaldo sofreu uma convulsão que poderia deixá-lo de fora da partida. A comissão técnica, porém, optou por escalá-lo. Apática em campo e abalada pela situação do seu principal jogador, a seleção perdeu por 3 a 0 para os anfitriões, que se sagraram campeões pela primeira vez na história.
Agora, em 2014, a seleção fica sem Neymar antes de encarar a Alemanha nas semifinais da Copa. O atacante era o artilheiro do Brasil no torneio, tendo marcado quatro dos dez gols da equipe. Até terça-feira, então, Felipão terá que encontrar um substituto para o seu principal jogador, com a esperança de que um “novo Amarildo” surja para que o sonho do hexacampeonato mundial não seja encerrado no Mineirão.