Tóquio (AE) – O Brasil se classificou para a final do campeonato mundial de vôlei masculino ao vencer a seleção da Sérvia e Montenegro por 3 sets a 1 (25/19, 15/25, 25/22 e 25/12) na madrugada de ontem, no ginásio Yoyogi, em Tóquio.
A seleção brasileira, que busca o bicampeonato da competição, vai disputar o título com a Polônia, que venceu a Bulgária por 3 sets a 1 (25/20, 26/28, 25/23 e 25/23). A final está marcada para as 8h30 (de Brasília). A Sérvia disputaria o terceiro lugar com a Bulgária às 3h30.
Será a terceira final do Brasil em Mundiais. Em 1982, a seleção perdeu para a União Soviética, na Argentina. Em 2002, conquistou o título pela primeira vez, vencendo a Rússia, também na Argentina. A Polônia foi campeã do mundo em 1974, na única decisão que disputou.
Depois dos erros e das brigas internas que marcaram a vitória sobre a Bulgária, no último jogo da segunda fase, o grupo mostrou recuperação. Mesmo nos momentos difíceis, como no segundo set, em que foi dominado pelo adversário, o time de Bernardinho esteve unido dentro de quadra.
?O time deles sacou muito bem no segundo set, mas tivemos tranqüilidade para dominar o jogo outra vez. Foi bom porque achávamos que o jogo já estava ganho e vimos que não se pode perder a concentração. Foi uma lição importante para a final?, disse Giba, que marcou 19 pontos.
Os outros destaques individuais do Brasil foram André Nascimento com 16 pontos (15 de ataque e um de bloqueio), André Heller (cinco de ataque e cinco de bloqueio) e Gustavo (cinco de ataque dois de bloqueio e três de saque).
Já a Polônia chega invicta à decisão. Na primeira fase, venceu China, Argentina, Egito e Japão; na segunda, passou por Tunísia, Canadá, Rússia e Sérvia e Montenegro.
Avaliação
Como de costume, Bernardinho não ficou de todo contente com a vitória do Brasil sobre a Sérvia e Montenegro. O maior foco de reclamação foi o segundo set, em que os brasileiros foram facilmente batidos por 25/15. ?Foi especialmente desastroso. Erramos muito no ataque, na defesa, no bloqueio, no saque, em tudo. Havia uma grande tensão na quadra e os jogadores ficaram presos?, apontou. ?Menos mal que reagimos de imediato?.
Bernardinho está especialmente preocupado com o que chama de falta de regularidade da equipe. ?A verdade é que temos muitos altos e baixos no nosso jogo dentro da mesma partida. Alternamos momentos brilhantes com erros grotescos. Espero que o quarto set nos sirva para começar a final da melhor maneira possível?, advertiu.
Críticas à parte, Bernardinho atingiu mais uma marca espantosa no comando da seleção masculina. Com ele no banco de reservas, o time chegou à 20ª final em 21 torneios disputados. A final deste domingo pode garantir o 17.º título brasileiro na sua gestão.
Técnico da Polônia se emociona
Tóquio (AE) – Raúl Lozano, técnico da Polônia, parecia uma criança ao final da partida contra a Bulgária, que classificou seu time à decisão do mundial masculino de vôlei. O argentino invadiu a quadra, deu inúmeros pulos e abraçou seus jogadores. ?É um sonho do qual não quero acordar?, comemorou.
É a segunda vez que o time do Leste Europeu chega à decisão do mundial. Em 1974, a Polônia foi campeão ao bater a União Soviética na edição disputada no México. ?Agora vou desfrutar desse momento, para só depois pensar no Brasil. São os atuais campeões do mundo e olímpicos e isso diz tudo. Será muito difícil batê-los, mas tentaremos até o final?, continuou Lozano.