Rio de Janeiro – Em um país em que apenas o primeiro lugar é valorizado, anunciar que o objetivo é ficar na décima colocação não é dos mais animadores. Mas é a projeção que agrega realismo e otimismo dos dirigentes esportivos brasileiros, olhando para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. De qualquer forma, mesmo parecendo pouco à primeira vista, seria um significativo salto e uma entrada no ‘primeiro mundo’ do esporte mundial.
A expectativa foi reforçada durante o Encontro de Mídia Nacional, que terminou ontem. Antes de ir para Nanjing, onde chefiaria a delegação dos Jogos da Juventude, o responsável técnico do Comitê Olímpico Brasileiro, Marcos Vinícius Freire, garantiu que o objetivo segue firme. “Nós disputamos com mais cinco ou seis países por dois lugares no top 10 dos Jogos Olímpicos. Não temos condições de pensar mais alto agora. Quem sabe no futuro”, disse o ex-jogador de vôlei.
Para Freire, atingir o nível de Estados Unidos, China e Rússia é ‘impossível’. O segundo patamar, com Grã-Bretanha, Coreia, Alemanha, França e Itália, não é o objetivo. A briga é com Hungria, Austrália, Japão, Ucrânia, Holanda e até a Jamaica de Usain Bolt.
Para atingir esse top 10, o COB usa de sofisticados métodos de análise de rendimento dos nossos atletas e dos potenciais adversários. São programas de computador semelhantes aos usados nos esportes americanos – e que ficaram famosos no filme ‘Moneyball – O Homem Que Mudou o Jogo’ (que já foi tema de matéria aqui na Tribuna). “Alguns comitês pediram para que a gente repassasse esse nosso sistema. Aceitamos, mas só depois de 2016”, disse Marcos Vinícius, que sonha com uma grande campanha olímpica – e que seja o início de uma nova fase do esporte no País. “Não queremos brilho agora e cair depois. É um projeto de futuro”, finalizou.