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Falta pouco para o primeiro barco brasileiro fazer sua estréia na mais tradicional regata de volta ao mundo. Hoje o Brasil 1 vai estar a 100 dias da largada da Volvo Ocean Race. Após alguns testes na Baía de Guanabara, o barco já se mostrou bastante potente na água. A tripulação, que está treinando junta desde o início de junho, agradou ao comandante Torben Grael.

"Nós estabelecemos algumas metas ambiciosas, como a data de saída do estaleiro e o dia para entrar na água. Tudo aconteceu muito rápido e, o melhor, com muita qualidade. Fomos ousados, mas sem essa ousadia seríamos um time comum", afirma o diretor do projeto, Alan Adler, ex-campeão mundial da classe star.

Nesse período de ajustes, tripulação e equipe de terra, encarregada da manutenção, trabalham juntas. Os brasileiros Joca Signorini e Kiko Pellicano e o neozelandês Andy Meiklejohn, por exemplo, sobem ao barco assim que chegam à Marina da Glória, após duas horas e meia de treinos físicos.

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"Nosso barco foi o terceiro a ir para a água. Na nossa frente, são apenas duas equipes e é para tirar essa vantagem que estamos trabalhando tão intensamente", diz Pellicano, outro medalhista olímpico da equipe. Ao lado do irmão de Torben, Lars Grael, ele foi bronze na classe Tornado em Atlanta-1996.

Rumo a Portugal

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Toda a equipe já começa a se preparar para a primeira travessia transatlântica do Brasil 1, em duas semanas. A tripulação levará o veleiro para Portugal, em uma viagem de cerca de 20 dias.

"Estamos muito satisfeitos com o barco e é bom que os primeiros ajustes já tenham sido feitos antes da travessia. Hoje, o nosso principal objetivo é trabalhar no ajuste das velas e manter o Brasil 1 como um veleiro extremamente confiável", fala Alan Adler.

A análise dos adversários também é um assunto muito discutido na base do Brasil 1, na Marina da Glória. Até agora, apenas quatro barcos já começaram a velejar. O primeiro foi um dos veleiros do time holandês ABN Amro, lançado em fevereiro. O segundo foi o espanhol Movistar, que foi ao mar em março e já quebrou o recorde de velocidade de monocascos, percorrendo mais de 980 km em 24 horas. O projetista do veleiro espanhol é o mesmo do Brasil 1, o neozelandês Bruce Farr. O outro barco na água, além do brasileiro, é o Ericsson, da Suécia, que começou a velejar uma semana depois do Brasil 1.

A Volvo Ocean Race terá oito meses e os competidores navegarão por 31.250 milhas náuticas, mais de 57 mil quilômetros. A regata começa em 5 de novembro, com uma prova local em Sanxenxo, na Espanha.