Mais uma vez o Paraguai complicou a vida da seleção brasileira. Sem nenhuma inspiração, o time de Parreira sucumbiu à aplicação tática do adversário. Os paraguaios, seis meses após tirar o Brasil dos Jogos Olímpicos, venceram mais uma (2×1) e asseguraram a primeira colocação do Grupo C.
Após muito mistério, a seleção brasileira iniciou a partida com três alterações. Além de Maicon e Cris, Parreira deu uma chance a Felipe, na vaga de Alex. Após alguns minutos de aparente domínio, o Brasil “afrouxou” a marcação e o Paraguai soube aproveitar.
Paredes, num chute de fora da área, quase surpreendeu Júlio César e o goleiro ainda viria a fazer uma excepcional defesa aos 28 minutos. A zaga falhou e Bareiro apareceu livre para arriscar um voleio, que o goleiro do Brasil defendeu e a zaga colocou para fora. De pouco valeu. Na cobrança do escanteio, Adriano não alcançou e González subiu para conferir, de cabeça, 1×0 para o Paraguai. O “susto” fez a seleção brasileira acordar.
Destaque para Felipe, que além de algumas jogadas de efeito, conseguiu dar boas assistências não aproveitadas pelos atacantes. Foi então que brilhou a estrela do artilheiro Luís Fabiano. O atacante recebeu na área, ajeitou no peito e mandou a “bomba”, no ângulo esquerdo de Barreto, empatando o jogo: 1×1.
Quem esperava um jogo de melhor nível na fase final, se decepcionou. As duas equipes mostravam uma lentidão irritante. Parreira tentou dar mais velocidade com Dudu Cearense e Diego. Mas, a rigor o Brasil só ameaçou em um chute rasteiro de Gustavo Nery. Num lance “isolado”, aos 27 minutos, o Paraguai mudou o rumo da história. Escobar ganhou disputa com Luisão e Bareiro entrou em velocidade para definir a jogada, cara a cara com Júlio César: 2×1.
Poderia ser pior caso o árbitro Gilberto Hidalgo assinalasse um pênalti de Cris sobre Bareiro. No lance seguinte, a seleção paraguaia teve Martinez expulso, por agressão a Gustavo Nery. Ricardo Oliveira entrou, mas mesmo com três atacantes de área, a seleção nada produziu, amargando sua primeira derrota na Copa América. O resultado custou a primeira colocação da chave e, agora, o Brasil vai viajar quase 2 mil quilômetros até Piura, para encarar o México, domingo, às 22h30.
Parreira quer consolidar grupo de 22 jogadores
AE
Arequipa – Ao reiterar que a Copa América é um laboratório para observar jogadores que, em condições normais, não teriam chance na seleção principal, o técnico Carlos Alberto Parreira quer, aos poucos, consolidar o grupo de 22 jogadores com o qual pretende chegar à Copa do Mundo de 2006. A decisão de deixar fora da competição o time titular das eliminatórias se deve à intenção do treinador de voltar para o Brasil com a lista completa dos reservas da equipe ‘A’.
Parreira não fala abertamente sobre seus critérios de escolha mas já deixou vazar entre colegas da comissão técnica que pelo menos 80% dos 11 titulares ao final da Copa América serão os reservas imediatos dos craques ausentes na competição. A situação de Júlio César é diferente, uma vez que continuará como terceiro goleiro da equipe, atrás de Marcos e do preferido de Parreira, Dida.
Em Arequipa, Parreira, o coordenador-técnico Zagallo, o supervisor Americo Faria e os outros integrantes da comissão técnica têm observado atentamente o comportamento dos atletas. Para eles, não basta que um jogador se destaque nas partidas para garantir vaga no grupo. Os treinos, às vezes monótonos para quem os presencia, são muito importantes para a avaliação de cada um. Além disso, o dia-a-dia no hotel, a maneira de se relacionar em equipe, e com a imprensa; tudo isso é levado em consideração na hora da nota final, que cabe a Parreira.
Ao término da Copa América, ele vai ter em mãos os 22 nomes preferidos para a continuação das eliminatórias.