Bogotá – Comprometimento, garra, alegria e união são os pontos básicos do estilo Fernando Meligeni de comandar a equipe brasileira da Copa Davis. E com a cumplicidade de todos os jogadores, para todos os itens, o time brasileiro cumpriu bem seu papel em Bogotá e derrotou a Colômbia por 5 a 0. No último dia de jogos, André Sá derrotou Oscar Rodrigues por 6-3 e 6-1 e o estreante Bruno Soares ganhou de Sérgio Ramirez por 0-6, 6-3 e 6-3. Agora, pela segunda rodada do grupo II do zonal americano, o Brasil jogará com as Antilhas Holandesas, que superou as Bahamas por 3 a 2. O confronto será no Caribe, de 15 a 17 de julho. "A nossa grande conquista é que todo o time esteve muito unido", afirmou Meligeni. "Muito se falou de intrigas entre o Ricardo (Mello) e o Flávio (Saretta), mas nestes dias em Bogotá se deram muito bem, resolveram qualquer tipo de problema e conviveram em clima de união, um ajudando e torcendo pelo outro."

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O bom clima da equipe estava claro durante as partidas. Mello, o atual número 1 da equipe, confessou que recebia "bons fluidos" nos momentos mais difíceis de sua partida, ao olhar para a arquibancada e receber o incentivo de todos os outros jogadores, além de contar com o apoio de Meligeni, ao seu lado no banco. "Além de muito treino, nesta semana em Bogotá, conversamos muito. Procurei transmitir toda minha experiência para o Mellinho e o que significa jogar a Copa Davis, nestas condições em que estávamos, com dificuldades de altitude e a forte pressão para vencer, depois de um ano de boicote num confronto de terceira divisão."

Nem só Mello, mas também Flávio Saretta saiu ganhando com esses dias de convivência na Copa Davis. Segundo Meligeni, em seu jogo no primeiro dia contra Pablo Gonzalez, Saretta teve de superar grandes dificuldades. "Primeiro foi o aspecto físico, que por causa da altitude de Bogotá, ele acabou cansando bastante. Depois, pela própria falta de resistência física, seu nível de tênis acabou caindo. Precisou então superar todas as dificuldades e sei que ele (Saretta) ficou muito feliz com o resultado. Acho que isso poderá refletir positivamente na sua carreira."

Ego

Para Meligeni, no seu estilo de trabalho não há espaço para egocentrismos. Aceita a participação e as opiniões dos jogadores e ficou muito satisfeito com a boa participação de Tomas Koch – atual vice-presidente técnico da CBT – que é o jogador brasileiro com maior história na Copa Davis e esteve atuante neste time. "Além disso, jamais vou impedir que o técnico de algum jogador acompanhe o time. São todos convidados. Mas é preciso entender que estamos num confronto de terceira divisão, com poucos recursos."

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Para finalizar, Meligeni lembrou que tentaram colocar problemas onde não existe. Garante que o time esteve determinado e comprometido e jogou com toda a garra. "Costumo fazer uma comparação: quando a seleção de futebol vai jogar na Bolívia e só consegue um empate por causa da altitude, todos acham normal", disse. "Agora, o tênis brasileiro teve um comportamento vencedor, enfrentou todos os problemas, a pressão, o fato de estar de volta após um ano de boicote e saiu vencedor."