Rio – No embarque para a Inglaterra, onde o Brasil enfrentará a Jamaica, no domingo, o técnico Carlos Alberto Parreira deixou claro que já definiu o time que iniciará o jogo, o mesmo da última vitória, 1 a 0 sobre o Equador, em Manaus. Ele disse que só confirmaria a equipe em Leicester, a cidade onde se realizará o amistoso. Mas acabou deixando escapar que não haverá mudança. “Só se forma um time mantendo a base, repetindo a escalação, dando seqüência; se tentar ficar saindo para montar duas equipes, a gente acaba não indo a lugar nenhum”, declarou.
Dessa forma, o Brasil levará a campo Dida; Cafu, Roque Júnior, Lúcio e Roberto Carlos; Gilberto Silva, Emerson, Zé Roberto e Ronaldinho Gaúcho; Ronaldo e Rivaldo. “Vou fazer algumas modificações durante o jogo e aproveitá-lo como treinamento efetivo para as partidas contra Peru e Uruguai (pelas eliminatórias do mundial, em novembro).”
O técnico fez elogios a Kaká, um dos que devem entrar no decorrer da partida. “Ele começou muito bem o campeonato italiano, marcou posição desde a primeira rodada, ganhou a posição, é um dos destaques do Milan e isso é muito bom para o futebol brasileiro.” Para o treinador, a seleção tem de se impor desde o início, com toque de bola, para evitar que “a Jamaica goste do jogo”.
Ele acredita que o desempenho da equipe seja superior ao exibido nas duas primeiras partidas das eliminatórias, contra Colômbia e Equador, no começo de setembro. A crença está associada ao melhor estado físico dos atletas. “Eles estavam em pré-temporada; agora já disputaram quatro partidas por seus campeonatos nacionais, o rendimento técnico e tático será diferente.” Parreira, ao lado do coordenador-técnico Zagallo e dos demais integrantes da comissão técnica da seleção, viajou ontem à noite para Londres. Dos 20 convocados, somente um atleta em atividade no futebol do País seguiu com a delegação: o goleiro Júlio César, do Flamengo. “É um momento especial; ser o único daqui num grupo de 20 é, no mínimo, um grande incentivo”, disse. A seleção vai fazer três treinos até o amistoso o primeiro hoje à tarde, em Leicester. “A oportunidade de disputar um amistoso antes de jogos importantes pelas eliminatórias vai ser benéfica; não foi assim antes de enfrentar Colômbia e Equador”, comentou Parreira, certo de que a cobrança sobre a seleção será implacável. “Se vencermos de goleada, não fizemos mais do que nossa obrigação; se a vitória não for de placar dilatado, vão questionar porque não goleamos, e assim por diante.” Hoje, ele e os convocados assistem a vídeos com teipes de jogos da Jamaica, no hotel da delegação.