O Brasil terá apenas dois representantes na prova de resistência do ciclismo de estrada masculino nos Jogos Olímpicos do Rio e não vai participar do contrarrelógio. O País falhou na tentativa de obter novas vagas pelo ranking e terá que se contentar com aquelas obtidas por meio de convite. Como comparação, o Brasil teve três representantes em Londres-2012.
Não fosse o país-sede da Olimpíada, o Brasil teria direito a apenas um representante no ciclismo de estrada, uma vez que o País fechou 2015 apenas no sexto lugar do ranking do UCI America Tour, o circuito de provas da União Ciclística Internacional (UCI) nas Américas. Ficou atrás de Colômbia, Canadá, Argentina, Venezuela e EUA.
Por não ter terminado entre os quatro primeiros deste ranking, o Brasil não terá direito a representantes na prova de contrarrelógio, na qual os ciclistas largam individualmente e vence quem percorrer a distância no menor tempo possível. Em Londres, Magno Nazaret foi 26.º.
No ciclismo, diferente de outras modalidades, o calendário internacional não contém provas entre países, exceto a Olimpíada. Mesmo no Mundial, os atletas defendem suas respectivas equipes, ainda que obtenham medalhas para suas confederações nacionais.
O Brasil tem uma equipe de alto nível, a Funvic, de São José dos Campos, que foi a segunda melhor do UCI America Tour do ano passado. O problema é que a equipe trabalhou para a vitória de Daniel Diaz, argentino, no Tour de San Luis (Argentina). Com Diaz e Francisco Chamorro, a Funvic rendeu 220 pontos para a Argentina, que terminou 233,5 pontos à frente do Brasil no ranking.
Atualmente, os dois melhores ciclistas do País (Murilo Fischer e Rafael Andriato) estão em equipes europeias. Pelo ranking do America Tour, o melhor é William Chiarello, quarto no Campeonato Pan-Americano do ano passado. Se convocado, Fischer vai para sua quinta Olimpíada. Andriato e Chiarello seriam estreantes.
Apenas em junho serão apontadas as vagas para cada país nas provas de estrada no feminino e também no BMX, no ciclismo de pista e no mountain bike. Todas as disciplinas classificam a partir de ranking.
A PROVA – O trajeto da prova de resistência masculina, de 256,4 quilômetros, passa por Copacabana, Ipanema, Floresta da Tijuca, Vista Chinesa, São Conrado e Barra da Tijuca até chegar ao Circuito de Grumari, na Zona Oeste. Lá começa o caminho de volta até Copacabana.
A principal diferença da prova masculina para a feminina é o número de voltas nos circuitos mais duros. No chamado Circuito das Canoas, na Floresta da Tijuca, que inclui uma das vistas mais bonitas do Rio na Vista Chinesa, serão três voltas para os homens e uma para as mulheres.
Depois, em Grumari, mais um circuito complicado, com direito a 2 quilômetros em paralelepípedo e subida de 2,1 quilômetros com 4,5% de inclinação. Naquela região, mais a Oeste do que o Recreio dos Bandeirantes, serão quatro voltas para os homens e apenas uma para as mulheres.
Também em Grumari vai ser realizada a prova de contrarrelógico, com percurso de 29,8 quilômetros para as mulheres e o dobro disso para os homens, tendo largada e chegada na praça Tim Maia, na praia do Pontal.