Brasil massacra a Argentina e comemora o bicampeonato

Adriano foi o destaque
na vitória contra a Argentina.

Frankfurt – A Copa das Confederações terminou ontem  ao som de Aquarela do Brasil. Assim que a partida em que a seleção brasileira massacrou a Argentina – fez 4 a 1 e poderia ter feito muito mais – foi encerrada, os jogadores campeões correram para o meio do campo para comemorar o título e imediatamente o serviço de som do Waldstadion, de Frankfurt, colocou no ar a música de Ary Barroso, um clássico, quase hino nacional.

O samba continuou na cerimônia de premiação puxado pelos pandeiros de Ronaldinho Gaúcho e Robinho. Uma festa merecida de um time que soube, contra seu principal adversário no futebol mundial, aliar a técnica de seus jogadores à seriedade, determinação e dedicação. Aqueles 3 a 1 de Buenos Aires estão vingados.

Ontem, a seleção brasileira fez por merecer elogios, assim como havia feito jus às críticas que recebeu em alguns jogos da Copa das Confederações, notadamente contra México e Japão. O time teve personalidade, vontade e aplicação tática. Passou por cima da Argentina e praticamente não correu riscos – nos primeiros minutos, Riquelme teve um pouco de liberdade, mas depois, a marcação apertou e o craque argentino sumiu.

Mas não foi a eficiente marcação do time brasileiro que fez diferença contra os argentinos. O que foi fundamental foi a qualidade dos jogadores de Parreira. O caminho para a goleada foi aberto com um golaço de Adriano, aos 11 minutos, numa bomba de fora da área após driblar um zagueiro. Jogada individual do craque da Copa e artilheiro da competição, com cinco gols.

A seleção, porém, também soube minar o adversário na base do toque de bola. O segundo gol, de Kaká, num belo chute, saiu após jogada em que a bola passou de pé em pé por vários jogadores.

A Argentina não conseguia respirar. Mal o segundo tempo começou e Ronaldinho Gaúcho fez 3 a 0, completando cruzamento de Cicinho. De pé em pé, a bola também chegou na cabeça de Adriano no quarto gol. Era a goleada. A Argentina ainda diminuiu, com Aimar, mas o Brasil já se preocupava em dar ?olé? e receber aplausos. E em esperar o fim do jogo para comemorar ao som da Aquarela do Brasil.

Consagração para Adriano

Frankfurt – Massimo Moratti, patrono da Inter de Milão, terá um duro trabalho pela frente. Depois das atuações de Adriano na Copa das Confederações, o passe do artilheiro subiu muito de cotação. Chelsea e Real Madrid, para ficar em duas potências da Europa, querem o goleador. Hoje, Adriano troca Frankfurt por Milão, para descansar, enquanto Moratti tenta bloquear seu passe. Da Alemanha, o ?tanque? leva as taças de melhor jogador e artilheiro do torneio.

?Estou muito feliz com as minhas atuações nos dois últimos jogos. Com a colaboração dos meus companheiros, ajudei a seleção a conquistar o título. Espero repetir a dose na Copa do Mundo ano que vem?, disse Adriano, antes de entrar na ?escola de samba? que o time improvisou na saída do Waldstadion.

Adriano, nascido na favela Vila Cruzeiro, no Rio, foi um dos mais entusiasmados puxadores do samba do título. Ele cantou forte o samba – enredo De bar em bar, Didi o poeta, que marcou a União da Ilha do Governador no Carnaval de 1991. ?Hoje eu vou de bar em bar tomar um porre…?, diz a letra.

Cantou muito comemorando seu sucesso na Alemanha. Ele marcou cinco gols – quatro deles nas semifinais: dois contra a Alemanha, dois ontem na final em cima da Argentina e um na estréia contra a Grécia. Recebeu elogios de adversários, treinadores e dos observadores escalados pela Fifa para um raio-x do torneio.

No ano que vem, Parreira adiantou que Adriano é nome certo para a Copa do Mundo. Só não confirmou se ele será titular ou não. A camisa 9 ainda é de Ronaldo. ?Tomara que a gente possa jogar juntos em 2006. O Ronaldo é um grande jogador. O importante mesmo é todo mundo se ajudar para trazer mais um título para o Brasil. Saio daqui feliz pelos dois prêmios que recebi. Agora quero voltar para a Inter e vou descansar.?

Derrota de ?muita dor?

Frankfurt – O técnico da seleção argentina, José Pekerman, expressou de uma forma categórica sua frustração pela derrota para o Brasil na final da Copa das Confederações. ?Esta derrota provocou muita dor. Há partidas fatais e esta vai ficar assim na história?, reconheceu o treinador, ontem, em Frankfurt, na Alemanha.

?O Brasil jogou uma partida redonda?, admitiu o técnico argentino. ?Dois chutes a gol e dois gols, com um desempenho dentro da área que não era para tanto?, disse Pekerman.

Por último, o treinador ressaltou o lado bom da derrota. ?Acredito que o encontro foi bonito porque a Argentina tentou jogar a partida e, assim, a atuação da equipe também teve seu lado positivo?, concluiu.

O capitão Sorín, que já jogou no Cruzeiro, afirmou que ?não se pode falar muito sobre o jogo?. Ele prefere apenas reconhecer que ?o Brasil foi melhor que a Argentina?.

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