Genebra – Na despedida da Suíça, a seleção brasileira goleou a Nova Zelândia por 4 a 0, ontem, no Estádio de Genebra. Diferente do amistoso com o Lucerna, a equipe de Carlos Alberto Parreira atuou em clima de treino para evitar surpresas desagradáveis antes da estréia na Copa. Embora o adversário seja inexpressivo no cenário do futebol mundial – 118.º no ranking da Fifa -, Parreira disse que a partida foi válida para testar algumas alterações táticas, mas pediu cuidado por causa do modo agressivo dos adversários – os brasileiros tiveram que tirar o pé em algumas jogadas para evitar possíveis lesões.
Embalado com a goleada de 8 a 0 imposta sobre a fraca Lucerna, na terça, o Brasil partiu para cima da seleção da Oceania e quase abriu o marcador com Roberto Carlos. Ele recebeu passe na esquerda e mandou uma bomba com efeito. Bem posicionado o goleiro Gwen Moss mandou a escanteio.
Aos 23?, em uma nova jogada dos alas, Roberto Carlos inverteu a bola para Cafu, que, sozinho, bateu em cima de Moss. Livre para avançar, Cafu ainda perderia outra.
De tanto insistir, a seleção marcou aos 42?. Mais acionado na primeira etapa, Kaká fez boa jogada pela direita, e cruzou para Ronaldo, que cabeceou para as redes. Logo depois, o próprio Ronaldo quase ampliou, mas a bola bateu na trave.
Após o intervalo, Parreira colocou Robinho no lugar de Ronaldo. A alteração surtiu efeito logo aos 5?. Robinho avançou pelo meio, pedalou e tocou para Adriano na entrada da área.
O atacante tirou um zagueiro e mandou forte no meio do gol, sem chances para Moss.
Melhor jogador em campo, Kaká quase marcou o seu aos 12?. O meia-atacante foi lançado na área, viu o goleiro Moss adiantado e bateu por cobertura, mas a bola passou por cima da trave. Mas Kaká conseguiu fazer o terceiro gol brasileiro aos 41?. Após receber um lançamento, Kaká partiu com velocidade e chutou rasteiro na saída de Moss.
Depois do juiz Jerome Laperriere anular corretamente um gol de cabeça de Lúcio, a seleção brasileira fez o quarto. Ricardinho tocou para Juninho Pernambucano na direita.
O meia do Lyon dominou com categoria e tocou na saída de Moss.
Depois do último amistoso pré-Copa, a delegação brasileira viajou ontem para a cidade alemã de Königstein, onde ficará hospedada durante a primeira fase do Mundial.
Parreira alerta, precisa aprimorar bola parada
Genebra – O Brasil ainda precisa corrigir seu setor de defesa para começar bem a Copa. O alerta vem de Carlos Alberto Parreira. Enquanto a seleção fazia 12 gols em duas partidas – oito contra o combinado de Lucerna e quatro ontem diante da Nova Zelândia -, o técnico via com reserva a movimentação da zaga em cada bola levantada para a área.
E nos oito dias que restam até o início do Mundial para o Brasil, contra a Croácia, em Berlim, os zagueiros que preparem suas cabeças.
?Eu preciso aprimorar a bola parada. Esses oito dias que restam até a nossa estréia no Mundial servirão para melhorar esse detalhe?, disse o técnico.
?Nós não podemos mesmo descuidar da bola parada. Temos de melhorar. O Brasil já perdeu uma Copa do Mundo por bobear em dois escanteios. Não dá para esquecer o que aconteceu contra a França na decisão de 1998?, relembra, preocupado, Zé Roberto.
?É a grande arma que as seleções têm contra o Brasil.
Por isso foi importante o amistoso contra esses grandalhões da Nova Zelândia. Foi um bom treino para o que pegaremos pela frente.
Se o Parreira diz que precisamos aprimorar, sabe o que está falando?, assegura Juan.
Parreira destacou na partida de ontem o desempenho dos ?velhos laterais? Cafu e Roberto Carlos. ?Mandei o Emerson ficar como terceiro zagueiro e os dois atacarem ao mesmo tempo. Na Copa, vamos pegar seleções que marcam muito. Eles serão grandes armas para a disputa do Mundial. O jogo valeu como treino. Como eu queria?, analisou o técnico.
Crianças encantam craques na chegada
Frankfurt, Alemanha – Juninho Pernambucano bateu palmas, Rogério Ceni olhou interessado, parando a fila de jogadores. Pouco depois, Ronaldinho Gaúcho, dono de uma habilidade ímpar, também deteu-se na escada, antes de entrar no ônibus, observando com atenção e seu inseparável sorriso. Foi assim, admirando da mesma maneira que normalmente são admirados, que vários atletas da seleção brasileira pisaram ontem à noite no solo da Alemanha, onde vão buscar o hexacampeonato mundial.
A honra de chamar a atenção de algumas das principais estrelas do futebol coube a dois adolescentes, o croata Mejad Brajic e o alemão Renê Matussen. Contratados pela organização da Copa, eles têm a missão de fazer malabarismos com a bola.
Brajic e Matussen são habilidosos. Entre outras coisas, passam o pé várias vezes ao redor da bola, sem deixá-la cair no chão, a controlam com a cabeça, com os pés, deitados, com a sola dos tênis… Foi essa habilidade que chamou a atenção de alguns jogadores – outros, como Cafu e Ronaldo, não perceberam, e teve também quem não deu importância -, atrasando em alguns minutos a saída do ônibus para Königstein, cidade onde a seleção vai ficar concentrada a partir de agora.
A primeira escala da seleção em território alemão foi em Frankfurt. A delegação chegou às 23h20 locais (18h20 de Brasília) vinda de Genebra, onde à tarde goleara a Nova Zelândia. O desembarque no Aeroporto de Frankfurt ocorreu no terminal da base aérea americana. Com isso, a torcida ficou afastada.
Ao descerem do avião, jogadores e integrantes da comissão técnica foram recepcionados por um grupo de cerca de 30 crianças que lhes ofereceram flores.
Kaká saiu pela pista com uma filmadora na mão.
Apenas Ricardinho e Ronaldinho Gaúcho falaram. ?Essa Copa vai ser, para mim, diferente da de 2002, pois vivo um momento diferente?, disse Ronaldinho.
Entrosamento é o ponto alto
Genebra – O Brasil começa amanhã a última semana de preparação para a Copa do Mundo. A nova fase de trabalho será em Königstein, pequena cidade alemã de 14 mil habitantes, situada perto de Frankfurt.
A delegação chegou na noite de ontem à Alemanha, após a vitória por 4 a 0 sobre a Nova Zelândia, em amistoso realizado em Genebra. Carlos Alberto Parreira vai dar prioridade ao ensaio de algumas jogadas e à marcação. Nas duas primeiras semanas em Weggis, a comissão técnica privilegiou a questão física. ?Até agora tudo ocorreu como o planejado?, avaliou o treinador, satisfeito com o entrosamento da equipe, apesar dos poucos jogos disputados nos últimos meses.
O elenco terá folga hoje e precisará se reapresentar apenas para o jantar, às 19h30. Terça-feira, às 9h15, reiniciará os treinamentos, que, na maioria dos dias da semana, serão em dois períodos.