Brasil goleia Costa Rica e confirma o primeiro lugar

Suwon (AE) – O Brasil se despediu da Coréia do Sul com vitória. O placar de 5 a 2 contra a Costa Rica deixou a equipe de Felipão no primeiro lugar do grupo C, com nove pontos, ou seja, 100% de aproveitamento na primeira fase.

Nas oitavas-de-final, a seleção brasileira enfrenta o segundo colocado do grupo H (Japão, Bélgica ou Rússia). O jogo vai ser em Kobe, no Japão, segunda-feira, às 8h30 (horário de Brasília). A Costa Rica foi eliminada.

A partida, disputada na madrugada de ontem, em Suwon, foi bastante movimentada. As duas seleções criaram várias oportunidades. A defesa brasileira assustava, mas o setor ofensivo esteve impecável.

Os destaques do Brasil foram o atacante Ronaldo, que marcou dois gols mas só ganhou um na súmula, o lateral-esquerdo Júnior, que teve uma atuação destacada e mostrou que Felipão tem uma alternativa à altura para Roberto Carlos. O Brasil comandou o primeiro tempo com maestria, abrindo três a zero, com dois de Ronaldo (o primeio foi creditado ao zagueiro Marin) e uma bela bicicleta de Edmílson. No final da etapa, depois de tanto insistir, os costarriquenhos foram premiados com um gols de Wanchope.

No início da segunda etapa, o Brasil desperdiçou duas oportunidades e se abriu para os avanços da Costa Rica, que com tabelas rápidas e bons lançamentos foi criando muitas oportunidades até que, Centeno cruzou na medida para o peixinho de Gomez.

Foi quando Felipão sentiu a fragilidade do meio-campo brasileiro e trocou Edílson e Juninho por Kléberson e Ricardinho (dois estreantes em Copa), deslocando Rivaldo para o ataque. As alterações fizeram o Brasil retomar as ações. Não demorou muito para que Rivaldo, aproveitando cruzamento de Júnior, desviasse para o quarto gol. Logo depois, Júnior recebeu em profundidade passe de Edmílson, invadiu a área e tocou para dar números finais à partida.

Outro que estreou foi o atacante Kaká, que substituiu Rivaldo. Mas o garoto pouco fez.

Felipão admite ter que corrigir erros da zaga

Suwon

(AE) – Luiz Felipe Scolari deixou o estádio de Suwon com a certeza do dever cumprido. O técnico do Brasil esperava que o time conseguisse três vitórias na primeira fase da Copa, para encorpar e ganhar confiança. Os resultados vieram, e com relativa facilidade – o mais difícil, também dentro do previsto, ocorreu na estréia com a Turquia. Mas há ainda aspectos fundamentais a serem corrigidos. Marcação e defesa, sobretudo.

“O importante era passar a primeira fase sem aperto”, comentou, ainda no calor da hora. “Isso nós conseguimos e vai fazer com que a equipe possa progredir e melhorar agora, na fase do mata-mata”, sustentou, para emendar: “Cometemos erros defensivos, que são normais pelas circunstâncias da partida, mas que tentaremos corrigir.”

A queda de desempenho em determinados momentos seria conseqüência, na avaliação do treinador, de relaxamento na atenção. Felipão não quer que o time baixe a guarda. “Contra a Costa Rica, houve momentos em que ficamos relaxados com o placar, deixamos a pegada de lado e isso sobrecarregou meio-campo e defesa”, analisou. A oscilação o preocupa.

Felipão tomou duas partes do jogo como exemplos do que não deseja que o time faça nos jogos eliminatórios. Para tanto, avisou que repassará o teipe do jogo de ontem, mas só trechos representativos. “Os 15 minutos finais do primeiro tempo e os 15 iniciais do segundo servem para ilustrar como não devemos jogar”, avisou.

O treinador também não abandonou o discurso de que o Brasil não é o favorito ao título – recurso de sempre para impedir que jogadores se encham de confiança ou fiquem de “salto alto”. Felipão prega “humildade e trabalho” como pontos dos quais não abre mão, mesmo com as três vitórias.

Júnior aceita a reserva

Silvio Barsetti e Wagner Vilaron

Seul

(AE) – O lateral Júnior marcou o seu segundo gol no ano, o mais importante de sua carreira, e recebeu aplausos demorados de um admirador ilustre: o titular Roberto Carlos, poupado da partida contra a Costa Rica por causa de dores musculares. “Fazer um gol em Copa do Mundo dá uma emoção enorme, nem dá para falar direito”, disse Júnior.

Seu amigo Roberto, com quem divide a posição de lateral-esquerdo na seleção, fez muitos elogios à sua atuação.

A conclusão de um passe de Edmílson com um chute certeiro levou Júnior a uma situação ímpar. Primeiro, não sabia para que lado correr ou com quem comemorar o quinto gol do Brasil. Depois de ser abraçado por quase todo o time, não percebeu que os colegas do banco de reservas também o chamavam para compartilhar a alegria. Um deles, Roberto Carlos, era o mais efusivo.

Chegou a ficar sobre a linha lateral acenando para Júnior, pedindo que se juntasse ao restante do grupo.

O contentamento não o impediu de fazer uma análise bem crítica sobre os erros do time. Afirmou que o Brasil vai ter sérios problemas nas próximas fases se repetir os problemas de ontem. “Temos de repensar tudo o que aconteceu aqui, as partidas não serão fáceis.” Ele referia-se especificamente às falhas do sistema defensivo. “Não podemos errar tanto.”

Sobre a possibilidade de tomar a vaga de Roberto, pareceu realista. Com educação, ponderou que o titular alcançou o posto pelo currículo em jogos da seleção e do Real Madrid. “Por tudo que já fez, ele é o dono da posição.”

Adversário das oitavas sai hoje

São Paulo

(AE) – O adversário do Brasil nas oitavas-de-final da Copa será conhecido na madrugada de hoje, com a última rodada do Grupo H: às 3h30, em Osaka, a Tunísia enfrenta o Japão e, em Shizuoka, a Belgica joga contra a Rússia. O Brasil vai enfrentar o segundo colocado deste grupo.

O Japão lidera com 4 pontos; a Rússia é vice com 3 e a Bélgica aparece na terceira posição com 2 pontos ganhos. A Tunísia é o lanterna com apenas 1 ponto ganho.

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