O Brasil garantiu nesta quarta-feira mais duas vagas olímpicas na vela. Bruno Fontes, na classe Laser, e Ricardo Winicki, o Bimba, na RS:X Masculino, avançaram para a flotilha ouro das suas classes no Mundial de Vela de Perth, na Austrália, e já se garantiram dentro da zona de classificação para os Jogos Olímpicos de Londres. Antes, a RS:X Feminino, a Laser Radial e a Finn também já haviam assegurado vaga.
Na Star, o Brasil também está muito perto de garantir a classificação, já que Robert Scheidt e Bruno Prada são cada vez mais líderes. Por não haver divisão entre flotilha ouro e flotilha prata nessa classe (divisão em dois grupos), eles ainda podem, teoricamente, deixar o grupo dos 11 primeiros e perderem a chance de conquistar a vaga durante o Mundial de Perth.
Scheidt e Prada, porém, estão cada vez mais perto do segundo título mundial da dupla na Star, repetindo a conquista de 2007. Nesta quarta-feira, eles venceram a primeira regata do dia e ficaram em terceiro na segunda, chegando aos 30 pontos perdidos após seis regatas. Os norte-americanos Mark Mendelblatt e Brian Faith estão seis pontos atrás.
“Um primeiro e um terceiro! Fomos muito bem para um dia em que chegou a não ter vento na área de regata. Com certeza, estamos muito felizes com os resultados”, disse Prada. “Agora, já dá para começar a pensar nas duas ou três duplas em que temos de prestar mais atenção”, completou.
VAGAS OLÍMPICAS – Na Laser, classe na qual Scheidt tem dois ouros olímpicos, o representante do Brasil agora é Bruno Fontes. Apesar de ainda estar longe da briga pelo título – em 18.º – o brasileiro se classificou para a flotilha ouro e garantiu uma das 29 vagas olímpicas que estão em jogo na Laser em Perth. Ainda faltam duas regatas até a Medal Race, que vale o dobro de pontos.
Na RS:X, Bimba conquistou um oitavo e um sétimo lugar nas duas regatas do dia em sua flotilha e ocupa a 15.ª posição. Ele também não tem mais como deixar o grupo dos 28 países que garantem vaga olímpica na prancha a partir do Mundial. Assim como em todas as classes, porém, a vaga não é do atleta, mas do Brasil.
Pelos critérios da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), os velejadores que tiverem o melhor resultado em suas classes no Mundial de Perth ganham um ponto na seletiva nacional pela vaga olímpica – é o caso, portanto, de Bimba e Fontes. Depois, haverá um torneio pré-olímpico em Búzios (RJ), no começo do ano que vem, valendo outro ponto. E, se for necessário, acontecerá um desempate no Troféu Princesa Sofia, na Espanha.
MAIS UMA VAGA ESTÁ PERTO – Na classe 470 Feminino a flotilha não foi dividida entre ouro e prata e, por isso, as vagas só serão decididas nas últimas regatas. Mas o Brasil vai bem. Martine Grael e Isabel Swan estão em 13.º – elas tiveram um 16.º e um 20.º lugar nesta quarta e perderam duas posições -, enquanto Fernanda Oliveira e Ana Barbachan ocupam o 30.º lugar. A classe distribuiu vagas para 14 países e, descontando duplicidades, a melhor dupla do Brasil está em 10.º
Irmão de Martine e filho de Torben, Marco Grael não foi bem na 49er, competindo ao lado de André Fonseca. Eles estão na 51.ª posição e foram para a flotilha bronze. Assim, não têm mais condições de garantir uma vaga olímpica para o Brasil. A nova chance para eles será em maio do ano que vem, no Mundial da classe, em Zadar, na Croácia, quando mais cinco vagas serão colocadas em jogo.
Antes, na primeira fase do Mundial, o Brasil também já havia falhado na tentativa de buscar vagas olímpicas na Match Race Feminino e na 470 Masculino.